Postado por CFB em 23/ago/2024 -
A Casa França-Brasil apresenta no dia 24 de agosto de 2024, às 11h, a exposição “Lugar de Passagem”, com mais de trinta obras do artista Hilal Sami Hilal, que ocupa um lugar destacado no circuito de arte. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto, a mostra é centrada no site specific (que significa “feito especialmente para um local”) “Artigo 3º” (2003/2024), em cobre vazado, filigranado, técnica que deu notoriedade ao artista capixaba de origem síria. A obra,com 14,5 metros de comprimento por 3,5 metros de altura, atravessará a nave central da Casa França-Brasil, como um delicado muxarabi (treliça típica da arquitetura árabe). Composto por nomes de pessoas, o título do trabalho é uma alusão ao terceiro artigo da Constituição brasileira, de 1988: “Construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. A ideia dos nomes veio originalmente a partir dos amigos do artista que o presenteavam com roupas de algodão, transformadas por ele em matéria-prima para fazer o papel artesanal. A esses nomes ele foi acrescentando outros. “É uma pele, transparente, e os nomes ficam como signos estéticos, os cidadãos brasileiros”, diz Hilal. A obra é um desdobramento de um trabalho feito em 2003 para a exposição “Sal da Terra”, no Museu Vale, em Vila Velha, Espírito Santo, com curadoria de Paulo Reis (1960-2011).
Para Hilal, o cobre vazado remete à matriz de uma gravura, meio a que o artistaé muito ligado. “Não deixa de ser uma grande matriz de gravura”, observa. Recentemente ele descobriu que seus ancestrais na Síria eram ourives, arte de que derivou a gravura. “Senti uma coisa atávica, que eu herdei sem saber”, comenta.
TRADIÇÃO ORAL, A ARQUITETURA, A LITERATURA
Marcus de Lontra Costa destaca que “as obras de Hilal transitam entre situações aparentemente antagônicas. Elas são simples e complexas. Dialogam com vários saberes, com a tradição oral, a arquitetura, a literatura, com o resgate de memórias quase esquecidas e com a coragem e a ousadia do contemporâneo. O território é fundamental na estratégia artística de Hilal, e a Casa França-Brasil, nesta mostra ‘Lugar de passagem’, torna-se o cenário que encanta e provoca o espectador com obras e instalações que dão à arte o seu sentido maior”.
O conto “A Terceira Margem do Rio”, escrito por Guimarães Rosa (1908-1967) em 1962, em que o pai faz uma escolha, é marcante para Hilal Sami Hilal. “O lugar de passagem é também o lugar da arte, em que de certa forma se escolhe abandonar várias coisas. É um lugar da vida”, afirma o artista.
SHERAZADE, SÉRIE ALEPO E ATLAS
Logo na entrada, o público encontrará a instalação “Sherazade” (2007/2024), disposta no chão, uma sequência contínua de livros interligados por suas páginas, como nas histórias narradas em “Mil e uma noites”. A obra compreende 80 resmas de papel, ou seja, 80 mil páginas – com o peso estimado em 1,2 tonelada – conectadas entre si pelas capas com 33 cm de altura, em um percurso sinuoso que ocupará uma área de cem metros quadrados.
A ideia do trabalho surgiu a partir de um convite feito a Hilal Sami Hilal pela Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória, interessada em conhecer o processo de trabalho do artista, e sua articulação com o inconsciente. Leigo no assunto, Hilal falou sobre sua produção, e os vazios existentes nas suas obras em cobre ou papel chamaram a atenção dos psicanalistas, que o convidaram a participação de pesquisas semanais, nomeadas pelo termo cartel, criado por Jacques Lacan (1901-1981), psicanalista francês. Na dinâmica dos estudos, cada citação de Lacan derivava em outros livros, em uma infindável bibliografia. Fascinado com isso, Hilal imaginou um livro que se emendava em outro em uma série infindável. Imediatamente passou a buscar uma forma de realizar esta estrutura. “Parece que é um livro único”, comenta ele, dizendo que associa sua forma a obras de Niemeyer (1907-2012) e ao movimento do mar. São muitas maneiras de o público perceber o trabalho, que pode lembrar dunas de areia, ou a de livros interligados em nossa memória.
A ligação de Hilal com a literatura está em três outros trabalhos: o livro “Atlas” (2015), em papel feito à mão e pigmentos, com dois metros de altura e três metros de largura, quando aberto, traz imagens de céus, com várias tonalidades e tipos de nuvens. A obra ficará sobre um suporte, e será manuseada por monitores com luvas, a pedido do público. O livro “Socorro” (2014), tem a palavra “socorro” escrita em várias tipologias e tamanhos, em acetato cortado a laser, com 58cm x 58cm x 3,5cm, e “Seu Sami” (2007) (imagem ao lado), nome do pai do artista, falecido ainda jovem, é em cobre e corrosão, com 63,5 x 48,5 x3,5cm
A série “Alepo”, nome da cidade síria da família do artista, vai ocupar uma das salas laterais da Casa França-Brasil com treze obras, em monotipia em papel feito a mão de fibra de algodão e pigmentos, e quase todas feitas este ano. Uma delas é uma instalação composta por 40 trabalhos, em que estão impressos diretamente no papel objetos e uso pessoal como roupas e sapatos, e utensílios caseiros. Usando pigmentos variados – alguns dourados ou prateados – Hilal conta que começou a fazer as monotipias em papel há quatro anos, usando “os papeis como quadros”. Este ano, comprou uma porta de 2,10 metros de altura, para experimentar fazer uma monotipia sobre ela. Gostou tanto do resultado, achou “tão fiel como uma fotografia”, que saiu coletando roupas dos netos e objetos caseiros, em que “cria cenas” e o público vê nitidamente os objetos decalcados. Em outro grupo de trabalhos da mesma série, ele quebrou azulejos partidos, e usou pigmentos escuros misturados aos papeis, aludindo a escombros. “O que está escuro é onde está o vazio”, explica.
Outras obras feitas este ano são as duas “Sem título” da série “Atlânticos” (imagem abaixo), em que o cobre já sofreu corrosão e oxidação, e ganhou cores esverdeadas. Ambas têm 130 cm de altura por 105cm de largura.
O nascimento do primeiro neto, em 2009, originou no ano seguinte três trabalhos que estão na exposição: as duas obras chamadas “Aviãozinho”, ambos dois metros de comprimento, um deles feito em aço inoxidável e o outro em papel artesanal e pigmentos. A terceira é “Barquinho”, também em papel artesanal e pigmentos, estruturado internamente por uma tela de galinheiro, medindo quatro metros de comprimento. Nele se lê “Ya’Aiuni”, que é em árabe significa “luz de meus olhos” (imagem abaixo).
FRAGMENTOS DE DIVERSOS TEMPOS E ESPAÇOS
Rafael Fortes Peixoto diz que “esta exposição do Hilal na Casa França-Brasil tem um alinhamento que é muito raro acontecer”. “A Casa tem um passado de diferentes ocupações e funções na vida da cidade, memórias que fazem parte da estrutura e que impregnam qualquer exposição que a ocupe. A obra de Hilal, por sua vez, incorpora fragmentos de diversos tempos e espaços, numa narrativa que mistura realidade e imaginação, passado – presente – futuro, e que provoca o espectador a construir suas próprias pontes. Nesse diálogo, nesse embate, as obras e o espaço criam juntas, a despeito da ação da curadoria e do próprio artista, e nos mostram que tudo, e todos, somos lugar de passagem”.
Tania Queiroz, diretora da Casa França-Brasil, observa que “as obras do artista Hilal Sami Hilal, nesse trânsito entre as múltiplas influências do oriente e do ocidente, estabelecem um instigante diálogo com a arquitetura da Casa e sua história”. “Vocacionamos o espaço para o encontro com a produção artística contemporânea, em suas múltiplas formas, estimulando o contato dos visitantes com a diversidade da arte e da cultura, e essa mostra trará uma experiência ímpar nesse sentido”, diz. Ela acrescenta que toda a programação da Casa França-Brasil “reflete a missão institucional de abrigar e incentivar produções culturais com vistas ao acesso à arte e à cultura para todos os públicos, e por isso as exposições são acompanhadas de visitas com os curadores, de programa educativo, de atividades para as famílias aos finais de semana, sempre relacionadas às mostras. Hilal é um artista que possibilita uma reflexão intensa a partir de suas obras, o que proporcionará bons encontros entre a arte e os públicos”.
O patrocínio da exposição é da Enel e doGoverno do Estado do Rio de Janeiro/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei de Incentivo à Cultura. A organização é da MLC Produções Culturais.
SOBRE HILAL SAMI HILAL
Nascido em 1952, em Vitória, onde vive e trabalha, Hilal Sami Hilal tem origem síria. Nos anos 1970, iniciou seu aprendizado no desenho e na aquarela, para depois se aprofundar em técnicas japonesas de confecção do papel. A partir daí, com uma viagem ao Japão, sua pesquisa se intensificou, resultando numa segunda viagem ao país no final dos anos 1980. Cruzando influências culturais entre o Oriente e o Ocidente, entre a tradição moderna ocidental e a antiga arte islâmica, surgiram suas “rendas”. Confeccionadas com um material exclusivo, criado com celulose retirada de trapos de algodão e misturada com pigmentos, resina, pó de ferro e de alumínio, as rendas privilegiam a força gestual do artista, que assim constrói a tela a partir de linhas que se cruzam, de cores que se revelam na mistura dos materiais e da sensação de ausência gerada pelos espaços em branco. O trabalho, colocado a curta distância da parede, se beneficia das sombras projetadas, criando um rendilhado virtual. Algumas de suas obras são realizadas apenas com resina acrílica, criando o mesmo efeito visual. Seu trabalho integra importantes acervos, como o do Museu Nacional de Belas Artes e o Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro, Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, Galeria de Arte da UFES, em Vitória, e o Leopold-Hoesch-Museum, em Düren, Alemanha.
Desde sua primeira individual, em 1974, na Galeria de Arte do Teatro Carlos Gomes, em Vitória, Hilal Sami Hilal tem participado de exposições, individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, entre elas se destacam as individuais “Sherazade”, curadoria de Marilia Panitz, na Caixa Cultural Brasília, em 2014; “Le territoire du possible”, MDM Gallery, Paris, 2013; “Atlas”, Museu Lasar Segall, São Paulo, 2010; “Seu Sami”, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no SESC Pompéia, São Paulo, em 2008, e no Museu Vale do Rio Doce, Vila Velha, Espírito Santo, em 2007. As coletivas selecionadas são “Modos de Ver o Brasil – 30 anos Itaú Cultural”, Oca, São Paulo, e “Divergentes II”, Clima Art Gallery, Miami, EUA, em 2015; 5º Prêmio CNI/SESI/SENAI Marcoantonio Vilaça, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), São Paulo, “Exposição/Prêmio Marcantônio Vilaça”, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, em 2015; “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”, curadoria de Paulo Harkenhoff, no Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, em 2014.
SERVIÇO: Exposição “Hilal Sami Hilal – Lugar de Passagem”
Abertura: 24 de agosto de 2024, das 15h às 19h
Até 20 de outubro de 2024
Entrada gratuita
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro.
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: quartas feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes.
Telefone: (21) 2216-8506 / 0800 0213527
E-mail Administrativo: contatos@casafrancabrasil.rj.gov.br
E-mail Educativo: educativo@casafrancabrasil.rj.gov.br
Instagram: @casafrancabrasiloficial
Facebook: Casa França Brasil
Postado por CFB em 15/ago/2024 -
Entre 24 de agosto e 20 de outubro de 2024 a Casa França-Brasil receberá a
exposição Pintura de borda: série rosa-choque, individual da artista Mirela Luz com curadoria de Izabela Pucu.
A abertura acontecerá no dia 24 de agosto de 2024 às 15h.
A exposição Pintura de borda: série rosa-choque é um desdobramento da pesquisa de doutoramento em Linguagens Visuais da artista cuja investigação parte de um embate do trabalho com os discursos e as narrativas contemporâneas, com a história da arte e com o reconhecimento de uma posição enquanto uma mulher artista produzindo pintura no Brasil. As pinturas são desenvolvidas a partir de um somatório de tempos, camadas e práticas artísticas que tensionam técnicas menos convencionais como a utilização da tinta esmalte e tinta spray, que repercutem uma atmosfera masculinizada pela indicação à construção civil e a coberturas de materiais como madeira e metal, ao uso do estêncil de crochê, herança pessoal do enxoval de casamento da artista.
Quando recupera tais peças de crochê as utilizando como estêncil de pinturas, além de exercerem um papel relevante no trabalho devido à sua forma e estrutura geométrica como padrão, também violam simbolicamente a instituição social do casamento na medida em que ressignificam o enxoval e impregnam as obras com a presença de mulheres anônimas, invisíveis, que tem no ofício do crochê o seu modo de subsistência.
A tabela de cores “intensas e vibrantes” das tintas esmaltes comercializadas no mercado tem algumas nomeações generificadas, assim como os esmaltes de unha, tais como “sapato de salto”, “batom de cereja”, “encontro ardente”, “buquê-de-noiva”, “jardim de princesa”, dentre tantos, ao contrário das escalas de outros matizes, salvo algumas exceções. Nesse sentido, a série Cor de rosa-choque foi desenvolvida a partir da paleta dos magentas cujas tintas são preparadas na máquina e os títulos dos trabalhos apropriados das nomeações do fabricante.
Assumir o rosa-choque como tema de uma série de pinturas é uma estratégia, uma forma de atritar a construção social da cor a uma formação pictórica tradicional acionando signos do artesanato popular, da história da arte europeia, dos procedimentos artísticos aos discursos feministas. Não à toa, a referência à música de Rita Lee, “Cor de rosa-choque”, que substitui o rosa feminino e delicado pelo rosa-choque, e choque aqui no sentido de força, de impacto.
Serviço:
Terça a domingo, das 10h às 17h.
Atendimento Exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: Todas quartas-feiras, de 10h às 11h.
Entrada gratuita
Endereço: Casa França-Brasil / Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
Contato: (21) 96582-2666
E-mail: contatos@casafrancabrasil.rj.gov.br
Classificação indicativa: livre
Postado por CFB em 31/jul/2024 -
O Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei Paulo Gustavo, apresentam:
Nesta sexta-feira, 02/08, às 17h, acontece o lançamento de catálogo da exposição Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.: nem profissional, nem sênior, em cartaz, aqui na Casa França-Brasil, até domingo, 04/08, seguido de palestra.
A distribuição será gratuita e contará com uma palestra com os artistas Antonio Gonzaga Amador e Jandir Jr., a curadora da exposição, Carolina Rodrigues, e a artista multidisciplinar e educadora Renata Sampaio. A palestra possuirá tradução simultânea em Libras.
Segundo Carolina Rodrigues, em seu texto curatorial presente no catálogo:
“Enquanto observamos desenhos e fotografias, precisamos lidar com a estranheza de ter uma televisão ligada com programas da tv aberta, um microondas, um armário de ferro com roupas penduradas, uma grande mesa com um radinho de pilha, dominó, jogo de cartas, demais miudezas, cadeiras de plástico com uma mochila e uma calça jeans. Estamos adentrando os bastidores da operação dos vigilantes e estabelecemos uma surpreendente relação de intimidade e cumplicidade.”
SERVIÇOS: “Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.: nem profissional, nem sênior”
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Período Expositivo: de 22 de junho a 4 de agosto de 2024
Lançamento de Catálogo e Palestra: dia 2 de agosto, das 17h às 19h
Funcionamento: terça-feira a domingo, das 10h às 17h
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: Quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes
Classificação indicativa livre
Entrada gratuita
Postado por CFB em 26/jul/2024 -
Projeto #VemPraCasa convida cineclube Quase Catálogo
No sábado, 03 de agosto, das 16h às 19h, a Casa França-Brasil convida o cineclube Quase Catálogo para exibição do filme Corpos Invisíveis (2023), dirigido por Quézia Lopes, com produção de Hadija Chalupe (Caraduá) e curadoria de Nina Tedesco, em paralelo às programações expositivas da Casa. A programação inicia com bate-papo, seguido de exibição.
Corpos Invisíveis (2023) é um filme documentário que reúne as narrativas de onze mulheres negras que partilham experiências que afetam suas corporeidades, seu ser e estar no mundo, a partir de pautas de gênero, raça, classe e território; abordando, assim, o “tornar-se mulher negra” na sociedade brasileira contemporânea.
O filme estreou no Festival do Rio e foi exibido, entre outros espaços exibidores,no LABRFF – Los Angeles Brazilian Film Festival, onde recebeu menção honrosa (o único documentário a recebê-la)
Sobre o cineclube Quase Catálogo
QUASE CATÁLOGO, projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense, é um dos mais antigos cineclubes feministas do Brasil com atividades ininterruptas.
Produzido por Hadija Chalupe (Caraduá) e com curadoria de Nina Tedesco, tem como propósito exibir e debater produções realizadas por mulheres. Seu foco é combater o machismo no campo audiovisual sob uma perspectiva profundamente interseccional. Dessa forma, cria e fomenta espaço de exibição para obras que possuam mulheres na direção e em outras áreas da realização cinematográfica.
O cineclube estimula a formação de público, ao programar produções com temáticas que estimulam o engajamento, o debate de temas sensíveis à sociedade que envolvem as complexas relações entre as mulheres e a sociedade a partir de diferentes linguagens e estilos cinematográficos. A curadoria do cineclube leva em consideração as interseções entre gênero, raça, sexualidade, classe social e outros marcadores de identidade.
Assim, ao ampliar o acesso à cultura cinematográfica, consequentemente amplia seu repertório e contribui para uma espectatorialidade mais crítica e profissionais que questionem o status quo do mercado.
Programação
Corpos Invisíveis (Direção: Quézia Lopes, 2023, 1h16min.)
O documentário Corpos Invisíveis aborda o apagamento social dos corpos negros femininos a partir da experiência pessoal e artística de onze mulheres negras, que debatem identidade, memória coletiva, ancestralidade, afetividades e maternidade. A partir de entrevistas e performances, afirmam-se como corpos políticos que visibilizam suas muitas formas de ser, existir e resistir, ao passo que respondem à pergunta: o que é ser mulher negra no Brasil?
Sobre a Diretora
Quézia Lopes é cineasta, arte-educadora, curadora e pesquisadora em cinema negro curta-metragista contemporâneo. Diretora, roteirista e produtora/produtora executiva. Em outubro de 2023, lançou o documentário transmídia “Corpos Invisíveis”, seu primeiro longa como roteirista, diretora e produtora executiva.
Sobre a Mediadora
Nina Tedesco é uma das principais pesquisadoras sobre cinema de mulheres na América Latina. Co-organizou os livros Corpos em projeção: gênero e sexualidade no cinema latino-americano (2013) e Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro (2017). Além de tais obras, já publicou diversos artigos e capítulos de livros sobre o tema. Na produção audiovisual, dedica-se há duas décadas à direção, ao roteiro e à direção de fotografia.
Ficha Técnica
Produtora: Outubro Filmes
Distribuidora: Tarrafa Produtora e Distribuidora
Direção e Roteiro: Quézia Lopes
Produção Executiva: Quézia Lopes
Direção de Produção e Ass. de Produção Executiva: Rossandra Leone
Direção de Fotografia: Naira Évine Soares
Direção de Arte: Giulia Maria Reis
Montagem: Ligia Arruda e Livia Goulart
Corte Final: Ligia Arruda
Desenho de Som e Mixagem: Raquel Lazaro
Elenco:
Performers/ Atrizes: Danielle Anatólio, Thais Ayomide, Bárbara Assis e Flaviane Damasceno
Entrevistadas: Stephanie Ribeiro, Dani Ornellas, Luana Xavier, Carolina Rocha, Dandara Barbosa, Simone Ricco, Danielle Anatólio e Camilla Ribeiro
Direção Musical: Sara Negritri
Trilha Musical: Xênia França, Serena Assumpção e Gilberto Martins, Di Ganzá, Elias Rosa e Allex Flores. Apoio: Selo Sesc, Agogô Cultural e Universal Music
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Classificação indicativa 10 anos
Entrada gratuita
Postado por CFB em 15/jul/2024 -
Projeto #VemPraCasa convida cineclube Cine Grande Otelo
No sábado, 20 de julho, das 16h às 19h, a Casa França-Brasil convida o cineclube Cine Grande Otelo para exibição do filme “Jardim de Guerra” (1970), do cineasta Neville D’Almeida, com curadoria de Bianca Mattos, em paralelo às programações expositivas da Casa. A programação inicia com a apresentação do diretor e cineasta Neville D’Almeida, seguida de exibição e bate-papo sobre as dificuldades enfrentadas pelo Cinema Nacional ao longo das gerações. Neste dia a Casa ficará aberta para visitação até às 19h.
No #VemPraCasa, a proposta do cineclube é uma abordagem decolonial do cinema, visando a valorização da cultura cinematográfica nacional e conscientizar acerca dos problemas que o audiovisual brasileiro enfrenta. Entende-se que boa parte desses problemas e obstáculos partem de um conservadorismo latente na sociedade brasileira e mesmo mundial. No ano de 2024, fez 60 anos do Golpe Militar que instaurou uma Ditadura no Brasil, um período que deixou incontáveis mazelas, uma delas sendo a tradição de censurar a arte e os artistas. Este cineclube faz parte de um curso de História, e um dos papéis atribuídos ao historiador é conservar a memória. Neste sentido, Jardim de Guerra (1970) foi escolhido como forma de preservar e divulgar nossa história já que seu autor, Neville D’ Almeida, sofreu inúmeras tentativas de censura durante a Ditadura Militar, e Jardim de Guerra foi dado como perdido durante muito tempo.
Sobre o cineclube Cine Grande Otelo
O projeto do Cineclube Grande Otelo, idealizado por Bianca Mattos, parte da atual gestão do Centro Acadêmico de História Marta Gomes, partiu da vontade de promover uma descolonização do conhecimento e do consumo da cultura, além de engajar os alunos em atividades extracurriculares. Através da exibição de filmes que não sejam apenas oriundos de Hollywood, pretende-se ampliar o leque do audiovisual e promover debates sobre a própria noção de arte.
Com o foco principalmente no cinema nacional, a proposta é refletir sobre o cinema no Brasil, nossos movimentos cinematográficos e como, apesar da escassez de recursos, nosso cinema segue resistindo e produzindo grandes obras de arte.
Programação
Jardim de Guerra (Direção: Neville D’Almeida, 1970, 1h40min.)
Edson, um jovem que sonha em ser cineasta, apaixona-se pela famosa atriz Maria do Rosário, uma mulher cheia de ideais revolucionários. Este romance desperta em Edson um desejo pela revolução e a vontade de mudar o mundo com seus filmes. Entusiasmado, o jovem decide seguir seu grande sonho. No entanto, a questão financeira se torna um grande empecilho para a concretização desse desejo. Na procura por financiamento, Edson acaba sendo injustamente acusado de terrorismo por uma organização da direita, e é preso e torturado por oficiais.
Sobre Neville D’Almeida
Neville Duarte de Almeida (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1941). Cineasta, roteirista, escritor, ator, fotógrafo e artista multimídia brasileiro. Iniciou sua carreira no cinema nos anos 60, acompanhou e fez parte de inúmeros movimentos importantes para a cultura brasileira como o Cinema Novo, Cinema Marginal e Pornochanchada. Enquanto artista, durante a Ditadura Militar, Neville enfrentou inúmeras tentativas de censura a sua obra, sendo Jardim de Guerra um dos seus filmes que ficaram perdidos pelo tempo. Sua obra se destacou no final dos anos 70 com o filme “A Dama da Lotação”, adaptação da peça de Nelson Rodrigues, e estrelado por Sônia Braga. O filme foi uma das maiores bilheterias nacionais da história, se destacando até hoje como a sétima maior bilheteria do país. Além do cinema, Neville se aventurou em inúmeras outras áreas, se tornou um artista multidisciplinar e hoje é um dos maiores tesouros da cultura brasileira.
Sobre Bianca Mattos
Bianca Mattos, graduanda do 4° período de História – FFP/ UERJ e fundadora do cineclube Grande Otelo. A criação do cineclube partiu da vontade de promover uma descolonização do conhecimento e do consumo da cultura, além de engajar os alunos da UERJ em atividades extracurriculares. É membro da gestão atual do Centro Acadêmico de História na pasta de administração. Suas pesquisas atuais são: Racismo Epistemológico e suas consequências para a Pedagogia, trabalho publicado pela FIPED, e Cultura LGBTQIA+ com foco em Ballroom e suas extensões brasileiras.
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Entrada gratuita
Classificação Indicativa 16 anos
Postado por CFB em 02/jul/2024 -
O Projeto #VemPraCasa convida o cineclube BaixadaCine
No sábado, 06 de julho, das 16h às 19h, a Casa França-Brasil convida o cineclube BaixadaCine para exibição de filmes em paralelo às programações expositivas da Casa. A programação inicia com um bate-papo com integrantes do coletivo sobre os filmes e a trajetória do cineclube. Neste dia a Casa ficará aberta para visitação até às 19h.
Sobre o cineclube BaixadaCine
O BaixadaCine é um coletivo de pessoas ligadas ao cinema e à produção cultural na Baixada Fluminense, que acreditam na democratização do acesso ao cinema atuando com produção, exibição e formação cinematográfica. A formação da organização se dá a partir de cidadãos do município de Belford Roxo que perceberam a carência cultural da região e a necessidade de produzir cinema a partir da periferia, anos mais tarde o grupo cresceu e contou com a chegada de membros de outros municípios como Duque de Caxias, Nilópolis, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro.
Programação
Ladeira Não É Rampa (Direção: Antônio Ribeiro e Sandro Garcia, 2021, 15min.)
“Ladeira Não É Rampa” acompanha o cotidiano de Antônio, um skatista de Belford Roxo, em sua busca incessante por locais para praticar suas manobras em uma cidade carente de rampas. Mais do que uma mera documentação das atividades de um jovem skatista, o filme é um olhar profundo e crítico sobre a ausência de equipamentos culturais na Baixada Fluminense, com um foco especial em Belford Roxo, conhecida por ser a cidade mais populosa do Brasil sem salas de cinema, conforme relatório da ANCINE de 2018.
Arará Raiz (Direção: Pedro Bittencourt, Sandro Garcia e Sanduba, 2023, 15min.)
Em um cenário onde a natureza resplandece tanto quanto a reflexão, “Arará Raiz” mergulha profundamente na interseção entre o indivíduo e o ambiente urbano negligenciado. Somos apresentados a uma figura, literalmente envolvida em verde, cuja performance não apenas encarna, mas também simboliza um cuidado profundo pelo ecossistema dentro da favela. A presença orgânica não é meramente estética, mas um lembrete visual do compromisso que é tão vital quanto sua própria identidade. Essa obra nos provoca para ação e reflexão sobre como podemos integrar práticas sustentáveis em nosso cotidiano, começando pela nossa própria comunidade.
Cidade Experimento (Direção: Sandro Garcia, 2023, 15 min.)
Capturando o pulsar cotidiano do bairro da Gardênia Azul, situado na zona oeste do Rio de Janeiro, o jovem protagonista mergulha nesse universo complexo munido apenas de uma câmera analógica. Essa jornada revela a textura e a essência da região, além de enfatizar o legado de um ícone carioca, o compositor e dramaturgo Fausto Fawcett. “Cidade Experimento” não é apenas uma exposição de imagens, mas uma jornada de reflexão e descoberta. Somos convidados a explorar não apenas um bairro específico, mas também questões de identidade, justiça e memória.
Mestiço (Direção: Sandro Garcia, 2024, 25min.)
A obra apresentada narra a jornada de um jovem estrangeiro que, após a morte de sua mãe no exterior, se vê inserido em um contexto periférico ao lado de seu pai, em uma cidade do Rio de Janeiro. Nesta exploração, o protagonista não apenas enfrenta os desafios da adaptação cultural e da afirmação de sua identidade sexual, mas também descobre novas formas de expressão em meio a uma cultura totalmente desconhecida e vibrante. Do time de futebol favorito do pai ao bloco carnavalesco local, Vitor encontra em pessoas, cores e sons, maneiras de um pertencimento jamais visto.
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Entrada gratuita
Classificação Indicativa Livre
Postado por CFB em 28/jun/2024 -
O Projeto #VemPraCasa consiste em uma programação de Música, Cinema e Palestras em paralelo às programações expositivas da Casa França-Brasil. Com entrada gratuita, as atividades visam ocupar o espaço arquitetônico com uma programação cultural diversificada, convidando grupos musicais de ritmos variados, cineclubes com propostas curatoriais de curtas e/ou longas-metragens que ampliam o diálogo com a realização de bate-papo antes da exibição e profissionais qualificados para realização de palestras sobre o campo da arte em suas múltiplas possibilidades de atuação. Confira o calendário e #VemPraCasa!
Projeto #VemPraCasa convida o cineclube BaixadaCine
Data: Sábado, 06 de julho
Horário: De 16h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-cineclube-baixadacine/
Projeto #VemPraCasa convida o cineclube Cine Grande Otelo
Data: Sábado, 20 de julho
Horário: De 16h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-cineclube-cine-grande-otelo/
Projeto #VemPraCasa convida o cineclube Quase Catálogo
Data: Sábado, 03 de agosto
Horário: De 16h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-cineclube-quase-catalogo/
Projeto #VemPraCasa convida cineclube Núcleo Pajubá
Data: Sábado, 31 de agosto
Horário: De 16h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-cineclube-pajuba/
Projeto #VemPraCasa convida cineclube Mate com Angu
Data: Sábado, 14 de setembro
Horário: De 16h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-cineclube-mate-com-angu/
Projeto #VemPraCasa convida cineclube A Hora do Horror Nacional
Data: Sábado, 05 de outubro
Horário: De 16h às 19h
Projeto #VemPraCasa convida cineclube Quase Catálogo + Atividade Educativa Especial Dias das Crianças
Data: Sábado, 12 de outubro
Horário: De 10h30 às 12h30
Projeto #VemPraCasa convida a banda Gafanhoto Jazz Trio + Um
Data: Sexta, 30 de agosto
Horário: De 17h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-banda-gafanhoto-jazz-trio-um/
Projeto #VemPraCasa convida a Banda Jazz Colado
Data: Sexta, 06 de setembro
Horário: De 17h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-banda-jazz-colado/
Projeto #VemPraCasa convida Saulo Laudares
Data: Sábado, 07 de setembro
Horário: Às 16h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-saulo-laudares/
Projeto #VemPraCasa convida Eliza Rosa
Data: Sexta, 20 de setembro
Horário: De 17h às 19h
Saiba mais: http://casafrancabrasil.rj.gov.br/projeto-vempracasa-forro-da-eliza-rosa/
Projeto #VemPraCasa convida New Jazz ¾
Data: Sexta, 11 de outubro
Horário: De 17h às 19h
Projeto #VemPraCasa convida Arãm convida Galgo de Suéter
Data: Sexta, 8 de novembro
Horário: De 17h às 19h
Saiba mais:
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita
Confira a classificação indicativa de cada programação
Postado por CFB em 24/jun/2024 -
Na quinta, 27/06, às 12h30, a Vitrine Musical UNIRIO retorna à Casa com o Quinteto URCA Brass, composto por JJ Simões, Leonardo Neto, Jhonatas Oliveira, João Gomes e Caio David , com curadoria de Sérgio Barrenechea. Este concerto da Série Vitrine Musical UNIRIO pretende divulgar o trabalho musical desenvolvido nos Cursos de Música da UNIRIO.
O Quinteto URCA Brass é um grupo formado por alunos do Instituto Villa-Lobos da UNIRIO e alunos da Escola de Música da UFRJ.
O repertório que será apresentado é exclusivamente de músicas brasileiras, privilegiando compositores e arranjadores da nossa rica cultura de uma maneira idiomática para os instrumentos de metais.
Adquira seu ingresso pelo link: https://bit.ly/4bjuxAu
Musicistas
JJ Simões – Trompete
Leonardo Neto – Trompete
Jhonatas Oliveira – Trompa
João Gomes – Trombone
Caio David – Tuba
Repertório
Ary Barroso – Aquarela do Brasil
Vários – Sucessos da Bossa Nova
Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle Samba de Verão 1o mov Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli Barquinho 2o mov Luiz Bonfá e Antonio Maria – Manhã de Carnaval 3o mov
Severino Araújo – Espinha de Bacalhau
Pixinguinha – Carinhoso
Quinta, 27/06, às 12h30
Adquira seu ingresso pelo link: https://bit.ly/4bjuxAu
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Postado por CFB em 17/jun/2024 -
O Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei Paulo Gustavo, apresentam:
Em experiência única para o público, artistas quebram a quarta parede de espaços de arte e expõem trabalho precarizado
É uma exposição? É uma instalação? É uma performance? É “Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.: nem profissional, nem sênior”, uma mistura de tudo isso com pitadas de humor e crítica. Antonio Gonzaga Amador e Jandir Jr. são os artistas que mergulham nessa empreitada divertida e instigante.
Com abertura no Sábado, 22 de junho, às 15h, a exposição “Amador E Jr. Segurança Patrimonial Ltda.: Nem Profissional, Nem Sênior” estará disponível ao público na sala 2, aqui na Casa França-Brasil, com entrada gratuita.
Todo fim de semana, haverá um programa de performances. Ao final da temporada, no dia 2 de agosto, será lançado o catálogo da mostra e acontecerá uma palestra das 17h às 19h, com tradução simultânea de Libras e a participação dos artistas, da curadora Carolina Rodrigues e da artista multidisciplinar, educadora e curadora convidada Renata Sampaio.
Será a primeira exposição da dupla Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda. no Rio de Janeiro. Antonio e Jandir interpretam a dupla de vigias fictícios que fazem as maiores peripécias para garantir a segurança das exposições de arte em museus e instituições culturais, com o intuito de questionar o tão restrito e contraditório sistema da arte contemporânea. A Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda. apresenta séries de propostas performáticas concebidas e realizadas em instituições de arte pelos próprios artistas trajados com uniformes de segurança, tendo seus problemas centrais advindos das relações entre instituições como essas e as pessoas que trabalham cotidianamente em suas salvaguardas.
Nascidos e criados respectivamente nos bairros cariocas de Brás de Pina e Penha Circular, Antonio e Jandir trazem o repertório de quem conhece bem o subúrbio para utilizar seus elementos em suas performances. Dois bons exemplos são os trabalhos “A rigor”, em que realizam as rondas no museu usando os característicos chinelos Havaianas, e “Isopor”, quando no meio do expediente, abrem uma gelada e sentam na cadeira de praia com um cooler ao lado. Assim, vão construindo uma narrativa em torno de questões que evocam o trabalho precarizado no tão abastado sistema da arte, a relação do artista com os funcionários do museu e o papel da instituição no campo da arte.
“A ideia para esse trabalho surgiu da nossa experiência como monitores-educadores em museu, onde dividíamos espaço com profissionais de segurança. Notamos que tínhamos muitas semelhanças com eles: a negritude, os problemas com transporte público, as referências culturais… Mesmo trabalhando como educadores, nos vimos em posições de trabalhos racializados: pessoas negras, pobres, fazendo segurança do patrimônio dos outros… Então, esse cenário acabou nos inspirando”, explica Jandir.
Com curadoria de Carolina Rodrigues, a exposição apresentará ao público um recorte dos oito anos de parceria da dupla, recebendo oito de suas performances, que acontecerão ao longo de dois meses de exposição com a presença dos artistas. A expografia divide-se em dois espaços. Num deles, há uma quebra da oposição entre público e privado em relação à presença desses profissionais na instituição, caracterizada pela montagem de uma sala de descanso, aos moldes das salinhas onde os seguranças tiram aquele cochilo entre uma ronda e outra. No outro, o espaço expositivo apresenta fotografias e croquis de suas performances feitos pela própria dupla, acompanhados dos objetos que fazem parte das interações, como elementos performáticos.
A mostra possui o diferencial de tratar a performance como a principal linguagem artística, fazendo uma relação direta com o corpo do proletariado de base em performances com duração de uma jornada de trabalho real. Oito horas de trabalho. Oito horas de performance. Oito horas de prática. É pelo trabalho do corpo e pelo corpo no trabalho que a exposição toma forma e produz outros elementos, como os desenhos, as fotografias e a instalação e os objetos construídos e utilizados para o trabalho.
Por ter longa duração, o público poderá experienciar diversos momentos do trabalho sendo executado. A ação é, por vezes, simples: andar com chinelos, olhar através de um espelho convexo, usar dentes de ouro, trabalhar remotamente, segurar um sino de mesa, segurar uma cadeira, recepcionar as pessoas com bebidas e comidas em um isopor, ou deixar a sala de descanso aberta para visitação. Assim, as performances tentam evidenciar as relações de trabalho e as performatividades cotidianas realizadas por trabalhadoras e trabalhadores durante suas jornadas.
Acessibilidade
As obras apresentadas na exposição terão recursos de audiodescrição por meio de QR-Code. Haverá, uma vez por semana, um horário exclusivo para visitação de pessoas com deficiência intelectual, pessoas autistas ou com algum tipo de hipersensibilidade a estímulos visuais ou sonoros. A iluminação e possíveis sonoridades serão diferenciadas nesse horário. A palestra prevista para o final da temporada contará com intérpretes em Libras para o público surdo e ensurdecido.
SERVIÇOS: “Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.: nem profissional, nem sênior”
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Abertura: 22 de junho, às 15h
Período Expositivo: de 22 de junho a 4 de agosto de 2024
Lançamento de Catálogo e Palestra: dia 2 de agosto, das 17h às 19h
Funcionamento: terça-feira a domingo, das 10h às 17h
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: Quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes
Classificação indicativa livre
Entrada gratuita
Postado por CFB em 17/jun/2024 -
Com abertura no dia 22 de junho, às 15h, na Casa França-Brasil, a mostra reúne artistas que atuam em diferentes realidades culturais e regionais do país.
Uma experiência imersiva e sensorial por obras que traduzem diferentes histórias, vivências e exaltam as diversidades de raça, etnia, crenças, idade, gênero e de pessoas com deficiência. Essa é a proposta da Expo Diversos, que estreia no dia 22 de junho, das 15h às 19h, na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro. A mostra poderá ser visitada gratuitamente até 4 de agosto, de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. A realização é da CEC Brasil com patrocínio da Novelis e Ball Corporation – líder mundial em embalagens sustentáveis de alumínio –, via Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.
Ao todo, são 23 obras de 14 artistas de diferentes gerações, trajetórias e territórios, que têm o objetivo de promover o debate democrático, educativo e sensível sobre a pluralidade da sociedade brasileira, através do pensamento crítico, da empatia e do acolhimento. Com curadoria de Bianca Bernardo e Vera Nunes, a exposição é itinerante, com temporadas já realizadas em São Paulo (SP) e Pindamonhangaba (SP). Ao fim da circulação – que ainda inclui Brasília e São José dos Campos – o objetivo é impactar mais de 5 mil visitantes, entre professores, estudantes e público espontâneo.
SOBRE OS ARTISTAS
Lua Cavalcante é artista, educadora e aleijada. Tecnóloga em fotografia, pedagoga e se aventura pelos caminhos da pedagogia griô. Sua linguagem artística é a produção de experimentações em autorretrato, desenvolvendo investigações sobre as particularidades de seu corpo, lido sob o aspecto da deficiência. Coloca-se como um ser artístico, político e pedagógico, propondo reflexões sobre quais lugares reais e encantados ela habita e opera.
Jaime Prades, nascido na Espanha em 1958, vive e trabalha em São Paulo desde 1975. Possui uma trajetória única dentro do panorama da arte contemporânea brasileira e uma obra bastante impactante. Nos anos 80, participou do grupo experimental TUPINÃODÁ fazendo instalações e pinturas nos espaços urbanos.
Rafa Bqueer nasceu em Belém/PA, 1992. Vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo. Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). As práticas performáticas de Rafael Bqueer partem de investigações sobre arte política, sexualidade, afrofuturismo e decolonialidade. Drag queen e ativista LGBTQI+, Bqueer tem um trabalho que dialoga também com vídeo e fotografia, utilizando de sátiras do universo pop para construir críticas atentas às questões da contemporaneidade. Atua de forma transdisciplinar com vivências entre a moda, escolas de samba e arte contemporânea.
Xadalu Tupã Jekupé é um artista indígena que usa elementos da serigrafia, pintura, fotografia e objetos para abordar em forma de arte urbana o tensionamento entre a cultura indígena e ocidental nas cidades. Sua obra, resultado das vivências nas aldeias e das conversas com sábios em volta da fogueira, tornou-se um dos recursos mais potentes das artes visuais contra o apagamento da cultura indígena no Rio Grande do Sul.
Déba Viana Tacana é ceramista. Sendo de origem indígena e cigana, ela sempre valorizou a preservação da memória dos povos originários de Rondônia, por meio de expressões artísticas como nas esculturas de argila. Formada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (PE) e, atualmente, mestranda na linha de ensino de Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina, desenvolve pesquisas na área educacional de professores para as relações étnico-raciais. Ela também atua na educação não formal com mulheres encarceradas no sistema prisional e em territórios camponeses e indígenas.
Nenê Surreal, a mulher mais importante do graffiti nacional. Foi aprendiz de artesã com sua avó, a artista aplica o que aprendeu através da economia solidária, na qual mulheres, crianças e adolescentes transformam o aprendizado em geração de renda. Mulher negra, periférica, mãe, avó, artista plástica, artesã, educadora social e grafiteira, ela é criadora da grife NeneSurreal. Ganhadora do Prêmio Sabotage em 2016, participou do documentário Mulheres Negras: Projetos de Mundo. No Dia do Graffiti, em 2018, foi homenageada por seus trabalhos.
Aua Menoes, Indígena Mura Transvestigênere, Artista e Designer Decolonial, Manauara do Amazonas, formada em Tecnologia em Design Gráfico pela Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO atualmente é Mestranda Profissional em design pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Designer gráfica, ilustradora, grafiteira, performer, maquiadora artística e fotógrafa experimental, segue em falar, mas não apenas com a boca, falar de diversas maneiras, por meio de suportes dimensionais ou tridimensionais, analógicos, digitais. Tem como posicionamento a retomada do seu espaço de fala que é massacrado pela cisnormatividadepadrãobranca existente. Utiliza suas obras como ferramenta de fala e política, do corpo marginalizado preto, indígena e transvestigênere.
Subtu, nascido e criado na cidade de São Paulo, na sua pré-adolescência conheceu o spray por meio da prática da pixação. Ali surgiu seu interesse pela arte urbana, desenvolvendo seu estilo, até chegar à forma atual, em que divide suas criações entre a rua e o ateliê. O artista também é um dos criadores do projeto Revivarte, cujo objetivo é revitalizar comunidades por meio da arte, com oficinas, atividades culturais e pinturas gigantes. Artista questionador e provocador, Subtu usa o seu personagem mais famoso, o macaco ” Yoko”, para tratar de temas sociais presentes na maior metrópole da América Latina. Yoko reflete a essência humana interagindo com as pessoas e as cidades por onde passa, com características que oscilam entre o sarcástico e o inocente, a pureza e a maldade, variando de acordo com a situação. Subtu já participou de diversas exposições dentro e fora do país, e podemos encontrar o Yoko em cidades como Paris, Amsterdam, Bruxelas, Porto, Lisboa, Buenos Aires, Bangkok e Havana.
Paulo Desana é um Cinegrafista e Fotógrafo indígena e está frente da Produtora Dabukuri Entretenimento, produtora que produz material audiovisual e artevisual sobre a cultura Indígena, em parceria com a Jornalista Ana Amélia e a comunicadora indígena Daniella Yepá, Paulo produziu as fotos sobre a Alimentação e Mudanças Climáticas a matéria foi selecionada na 14a Chamada de MicroBolsas da agência de Notícias A Pública Foi o Diretor de fotografia do Mini Documentário Ciência e Culinária (Cooking and Science) sobre a formiga Maniuara na cultura dos Povos Hupdas, atuou como cinegrafista no Documentário Cobra Canoa, e no curta de Ficção Wuitina Numiá (Meninas Coragem), o curta foi premiado no Festival de Cine Independente de San Antonio no Equador como melhor Curta Metragem de 2022, Paulo foi também foi cinegrafista do Documentário O Dabucuri, ambos são produção da Shine a Light (USA)/Usina Da Imaginação (Brasil).
Andréa Hygino atua como artista visual, arte- educadora e professora. É formada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro [UERJ] e Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ]. Frequentou os ateliês de gravura da Escola de Artes Visuais [EAV] do Parque Lage e da UERJ e foi professora substituta de desenho na Escola de Belas Artes da UFRJ. Atualmente, leciona no Instituto de Artes da UERJ e nos espaços de arte independentes do Estúdio Belas Artes e do Centro Cultural Lanchonete< >Lanchonete. Em 2020 ganhou o Prêmio SelecT de Arte Educação [categoria Camisa Educação], com o projeto “Saída de Emergência”, feito em co-autoria com a artista Luiza Coimbra.
Felipe Iskor é o nome artístico de Felipe Arantes Silva, um artista visual, designer e professor. Atualmente com 38 anos, Iskor teve suas primeiras experiências artísticas na adolescência através do graffiti, em meados dos anos 2000. De início, letras, tags e personagens eram praticamente uma obsessão, e com o passar dos anos, foi incorporando em sua pesquisa outras questões artísticas, como a pesquisa de muralismo contemporâneo, desenho, pintura, gravura e outras linguagens, que se somaram às primeiras incursões que o graffiti fez em sua vida. Dentre os projetos artísticos de destaque estão: Projeto Dual (Ocupação artística SESI 2022), Mural “Coletivo” (MAR – Museu de Arte de Rua, 2022), Residência Artística (projeto Derivações) – Incubadora de Artistas (2022), Projeto Identidade, Memória e História no SESC Arte ao Cubo (Palmas / TO, 2021), mural ocupação Leila Khaled (projeto contemplado em edital da ONG Artigo 19, 2019), entre outros.
Novíssimo Edgar é o nome artístico de Edgar Pereira da Silva, um rapper brasileiro nascido em 1993. É também um artista visual, compositor, poeta e performer. O seu trabalho explora as noções de futurismo indígena e da diáspora negra, utilizando som, imagens e formas tridimensionais. Novíssimo Edgar também é o autor do livro de ficção científica Ragde, que transporta para a literatura a pesquisa desenvolvida nos álbuns Ultrassom e Ultraleve e no cinema.
Negana é o nome artístico de Ana Carla Pereira da Silva, uma artista visual brasileira nascida em João Pessoa, Paraíba, em 1988. Negana atua no graffiti desde 2015 com trabalhos influenciados pela estética negra e dando protagonismo a figuras femininas negras, apagadas socialmente pelos padrões de beleza. Suas obras buscam valorizar e empoderar mulheres negras através de representações em espaços públicos.
Rose Afefé, vencedora do Prêmio FOCO 2023, nasceu em Varzedo, no interior da Bahia, em 1988. Sua pesquisa artística resgata memórias de infância, produzindo esculturas de paredes feitas com adobe (tijolo de barro cru) e cal, uma materialidade central no seu trabalho, mas também obras em outros suportes como a tela. A artista mora atualmente entre a Bahia, Rio de Janeiro e a Chapada Diamantina, onde constrói desde 2018 a Terra Afefé, uma micro cidade com construções em tamanho real. É um lugar que tem o desejo de criar frestas de liberdade, alegria, amor e afetos potencializadores, que se propõem a pensar formas de habitar em convivência com a terra, os saberes locais e a escuta sensível. Em conexão com as ecologias do mundo, busca-se pensar as relações entre arte e vida, natureza e cultura, a fim de construir um movimento de coexistência.
EXPOSIÇÃO DIVERSOS
A Expo Diversos destaca histórias que retratam as particularidades vivenciadas por artistas que atuam com diferentes realidades culturais e regionais. São obras que fazem o público refletir sobre a valorização da cultura indígena, questionar o etarismo e exaltar a sabedoria ancestral, combater os preconceitos de raça, etnia e gênero, o machismo e lutar por uma sociedade mais justa e mais inclusiva.
“A exposição não captura a totalidade das perspectivas sobre diversidade, dada a singularidade intrínseca à condição humana. A iniciativa visa oferecer um recorte cuidadoso e modesto de memórias e narrativas de indivíduos diversos do Brasil, fomentando os direitos humanos e reconhecendo a pluralidade de visões que se traduzem em obras artísticas e diálogos enriquecedores”, ressalta Kaline Vânia, diretora da CEC Brasil.
Para a curadora Bianca Bernardo, a mostra funciona como uma plataforma de discussão, de aprendizagem e de compartilhamento de experiências sobre a diversidade, a partir da arte e da pauta dos direitos humanos no Brasil. “O tema principal é a diversidade, sendo tratada a partir dos direitos humanos e da importância de legitimar os espaços de respeito, para a construção do entendimento da igualdade a partir das nossas diferenças”, diz.
Vera Nunes, também curadora da Expo Diversos, destaca que a ideia é proporcionar um esperançar para este momento do mundo. “É o esperançar do Paulo Freire, de se juntar a outros e fazer de forma diferente. Queremos proporcionar um ambiente seguro, de experiências, de viver e conviver com pessoas. Somos frutos de diferentes histórias e tudo o que a gente quer é que as pessoas possam fluir do jeito que elas são e sejam respeitadas dessa forma”.
Com sua sede sul-americana localizada em São José dos Campos, uma das cidades por onde a exposição passará, a Ball acredita no poder da arte como ferramenta para levar mensagens importantes a cada vez mais pessoas. “Como uma empresa global, com diferentes línguas, culturas e formas de trabalhar, valorizar a diversidade é um imperativo para o nosso negócio, e não poderíamos estar mais orgulhosos de patrocinar a Expo Diversos. Acreditamos em valorizar a pluralidade das pessoas e gerar senso de pertencimento, e entendemos a arte como uma ferramenta poderosa para levar mensagens acerca de diferentes temas tão importantes, como a diversidade, para o público em geral”, afirma Suellen Moraes, Gerente de Diversidade & Inclusão da Ball na América do Sul.
Casa Diversa
As 23 obras contemplam diferentes linguagens, como pinturas, fotografias, esculturas, bordados e instalações, dispostas num percurso multissensorial dentro do conceito de Casa Diversa. O espaço remete a um ambiente domiciliar acolhedor e acessível, com projeto expográfico assinado pela artista baiana Rose Afefé, trazendo elementos como paredes, plantas, pedras, água e luzes, com o objetivo de proporcionar uma experiência ainda mais imersiva aos visitantes.
Autor da obra “O sol é para todos, mas a terra não!”, o artista visual, compositor e poeta Novíssimo Edgard avalia que o tema da mostra, por si só, já causa um impacto fantástico. “A Expo Diversos é um espaço que contribui para fazer as pessoas terem acesso à arte e perceberem que a diversidade pode ser um tema, não só pensando em gênero e raça, mas também na sensibilidade de pessoas que têm autismo, entre outras dificuldades, numa sociedade que nem a nossa, toda padronizada. E o fato de ela ser itinerante é genial porque ela vai ter esse sopro de vida que vai continuar a passar por outros cantos, o que é inspirador e renovador”.
O artista paulistano Subtu participa com a obra Um estudo sobre a Paz e realça que sua intenção é provocar uma reflexão mais ampla sobre o que significado de paz. ”A ideia é refletir sobre a dimensão da paz individual que abrange justamente a diversidade. Porque uma pessoa que faz uma determinada escolha de gênero ou de estilo de vida, e que sofre preconceito, sofre discriminação, ela não tem paz sendo ela mesma, o que é algo muito repugnante, e mudar isso é uma reconstrução coletiva”.
Lua Cavalcante, artista, educadora e aleijada, reforça que sua grande luta é de não ser lida apenas como corpo de uma deficiência que padece. “Minha perspectiva é a de vincular meu corpo a outras lógicas, que não são a lógica da perda de algo. Então eu espero que as minhas obras tragam essa possibilidade de mais leituras, sobre as múltiplas possibilidades de existência que esse corpo me permite, inclusive sobre eu poder resolver enfeitar minhas muletas para batalhar com mais encanto também”, destaca a artista, que traz para a Expo Diversos as obras Amuleta de Aleijeidu e Rede de Descanso e Mandinga de Aleijadu
ACESSIBILIDADE
Para garantir a acessibilidade da exposição para os visitantes, as obras poderão ser acessadas através de QR Code com áudios descritivos e placas técnicas em braille.
SERVIÇOS:
Expo Diversos – RJ
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Abertura: dia 22 de junho, às 15h
Período Expositivo: de 22 de junho a 4 de agosto de 2024
Funcionamento: terça-feira a domingo, das 10h às 17h
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: Quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita