Postado por CFB em 17/jun/2024 -
Com abertura no dia 22 de junho, às 15h, na Casa França-Brasil, a mostra reúne artistas que atuam em diferentes realidades culturais e regionais do país.
Uma experiência imersiva e sensorial por obras que traduzem diferentes histórias, vivências e exaltam as diversidades de raça, etnia, crenças, idade, gênero e de pessoas com deficiência. Essa é a proposta da Expo Diversos, que estreia no dia 22 de junho, das 15h às 19h, na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro. A mostra poderá ser visitada gratuitamente até 4 de agosto, de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. A realização é da CEC Brasil com patrocínio da Novelis e Ball Corporation – líder mundial em embalagens sustentáveis de alumínio –, via Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.
Ao todo, são 23 obras de 14 artistas de diferentes gerações, trajetórias e territórios, que têm o objetivo de promover o debate democrático, educativo e sensível sobre a pluralidade da sociedade brasileira, através do pensamento crítico, da empatia e do acolhimento. Com curadoria de Bianca Bernardo e Vera Nunes, a exposição é itinerante, com temporadas já realizadas em São Paulo (SP) e Pindamonhangaba (SP). Ao fim da circulação – que ainda inclui Brasília e São José dos Campos – o objetivo é impactar mais de 5 mil visitantes, entre professores, estudantes e público espontâneo.
SOBRE OS ARTISTAS
Lua Cavalcante é artista, educadora e aleijada. Tecnóloga em fotografia, pedagoga e se aventura pelos caminhos da pedagogia griô. Sua linguagem artística é a produção de experimentações em autorretrato, desenvolvendo investigações sobre as particularidades de seu corpo, lido sob o aspecto da deficiência. Coloca-se como um ser artístico, político e pedagógico, propondo reflexões sobre quais lugares reais e encantados ela habita e opera.
Jaime Prades, nascido na Espanha em 1958, vive e trabalha em São Paulo desde 1975. Possui uma trajetória única dentro do panorama da arte contemporânea brasileira e uma obra bastante impactante. Nos anos 80, participou do grupo experimental TUPINÃODÁ fazendo instalações e pinturas nos espaços urbanos.
Rafa Bqueer nasceu em Belém/PA, 1992. Vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo. Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). As práticas performáticas de Rafael Bqueer partem de investigações sobre arte política, sexualidade, afrofuturismo e decolonialidade. Drag queen e ativista LGBTQI+, Bqueer tem um trabalho que dialoga também com vídeo e fotografia, utilizando de sátiras do universo pop para construir críticas atentas às questões da contemporaneidade. Atua de forma transdisciplinar com vivências entre a moda, escolas de samba e arte contemporânea.
Xadalu Tupã Jekupé é um artista indígena que usa elementos da serigrafia, pintura, fotografia e objetos para abordar em forma de arte urbana o tensionamento entre a cultura indígena e ocidental nas cidades. Sua obra, resultado das vivências nas aldeias e das conversas com sábios em volta da fogueira, tornou-se um dos recursos mais potentes das artes visuais contra o apagamento da cultura indígena no Rio Grande do Sul.
Déba Viana Tacana é ceramista. Sendo de origem indígena e cigana, ela sempre valorizou a preservação da memória dos povos originários de Rondônia, por meio de expressões artísticas como nas esculturas de argila. Formada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (PE) e, atualmente, mestranda na linha de ensino de Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina, desenvolve pesquisas na área educacional de professores para as relações étnico-raciais. Ela também atua na educação não formal com mulheres encarceradas no sistema prisional e em territórios camponeses e indígenas.
Nenê Surreal, a mulher mais importante do graffiti nacional. Foi aprendiz de artesã com sua avó, a artista aplica o que aprendeu através da economia solidária, na qual mulheres, crianças e adolescentes transformam o aprendizado em geração de renda. Mulher negra, periférica, mãe, avó, artista plástica, artesã, educadora social e grafiteira, ela é criadora da grife NeneSurreal. Ganhadora do Prêmio Sabotage em 2016, participou do documentário Mulheres Negras: Projetos de Mundo. No Dia do Graffiti, em 2018, foi homenageada por seus trabalhos.
Aua Menoes, Indígena Mura Transvestigênere, Artista e Designer Decolonial, Manauara do Amazonas, formada em Tecnologia em Design Gráfico pela Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO atualmente é Mestranda Profissional em design pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Designer gráfica, ilustradora, grafiteira, performer, maquiadora artística e fotógrafa experimental, segue em falar, mas não apenas com a boca, falar de diversas maneiras, por meio de suportes dimensionais ou tridimensionais, analógicos, digitais. Tem como posicionamento a retomada do seu espaço de fala que é massacrado pela cisnormatividadepadrãobranca existente. Utiliza suas obras como ferramenta de fala e política, do corpo marginalizado preto, indígena e transvestigênere.
Subtu, nascido e criado na cidade de São Paulo, na sua pré-adolescência conheceu o spray por meio da prática da pixação. Ali surgiu seu interesse pela arte urbana, desenvolvendo seu estilo, até chegar à forma atual, em que divide suas criações entre a rua e o ateliê. O artista também é um dos criadores do projeto Revivarte, cujo objetivo é revitalizar comunidades por meio da arte, com oficinas, atividades culturais e pinturas gigantes. Artista questionador e provocador, Subtu usa o seu personagem mais famoso, o macaco ” Yoko”, para tratar de temas sociais presentes na maior metrópole da América Latina. Yoko reflete a essência humana interagindo com as pessoas e as cidades por onde passa, com características que oscilam entre o sarcástico e o inocente, a pureza e a maldade, variando de acordo com a situação. Subtu já participou de diversas exposições dentro e fora do país, e podemos encontrar o Yoko em cidades como Paris, Amsterdam, Bruxelas, Porto, Lisboa, Buenos Aires, Bangkok e Havana.
Paulo Desana é um Cinegrafista e Fotógrafo indígena e está frente da Produtora Dabukuri Entretenimento, produtora que produz material audiovisual e artevisual sobre a cultura Indígena, em parceria com a Jornalista Ana Amélia e a comunicadora indígena Daniella Yepá, Paulo produziu as fotos sobre a Alimentação e Mudanças Climáticas a matéria foi selecionada na 14a Chamada de MicroBolsas da agência de Notícias A Pública Foi o Diretor de fotografia do Mini Documentário Ciência e Culinária (Cooking and Science) sobre a formiga Maniuara na cultura dos Povos Hupdas, atuou como cinegrafista no Documentário Cobra Canoa, e no curta de Ficção Wuitina Numiá (Meninas Coragem), o curta foi premiado no Festival de Cine Independente de San Antonio no Equador como melhor Curta Metragem de 2022, Paulo foi também foi cinegrafista do Documentário O Dabucuri, ambos são produção da Shine a Light (USA)/Usina Da Imaginação (Brasil).
Andréa Hygino atua como artista visual, arte- educadora e professora. É formada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro [UERJ] e Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ]. Frequentou os ateliês de gravura da Escola de Artes Visuais [EAV] do Parque Lage e da UERJ e foi professora substituta de desenho na Escola de Belas Artes da UFRJ. Atualmente, leciona no Instituto de Artes da UERJ e nos espaços de arte independentes do Estúdio Belas Artes e do Centro Cultural Lanchonete< >Lanchonete. Em 2020 ganhou o Prêmio SelecT de Arte Educação [categoria Camisa Educação], com o projeto “Saída de Emergência”, feito em co-autoria com a artista Luiza Coimbra.
Felipe Iskor é o nome artístico de Felipe Arantes Silva, um artista visual, designer e professor. Atualmente com 38 anos, Iskor teve suas primeiras experiências artísticas na adolescência através do graffiti, em meados dos anos 2000. De início, letras, tags e personagens eram praticamente uma obsessão, e com o passar dos anos, foi incorporando em sua pesquisa outras questões artísticas, como a pesquisa de muralismo contemporâneo, desenho, pintura, gravura e outras linguagens, que se somaram às primeiras incursões que o graffiti fez em sua vida. Dentre os projetos artísticos de destaque estão: Projeto Dual (Ocupação artística SESI 2022), Mural “Coletivo” (MAR – Museu de Arte de Rua, 2022), Residência Artística (projeto Derivações) – Incubadora de Artistas (2022), Projeto Identidade, Memória e História no SESC Arte ao Cubo (Palmas / TO, 2021), mural ocupação Leila Khaled (projeto contemplado em edital da ONG Artigo 19, 2019), entre outros.
Novíssimo Edgar é o nome artístico de Edgar Pereira da Silva, um rapper brasileiro nascido em 1993. É também um artista visual, compositor, poeta e performer. O seu trabalho explora as noções de futurismo indígena e da diáspora negra, utilizando som, imagens e formas tridimensionais. Novíssimo Edgar também é o autor do livro de ficção científica Ragde, que transporta para a literatura a pesquisa desenvolvida nos álbuns Ultrassom e Ultraleve e no cinema.
Negana é o nome artístico de Ana Carla Pereira da Silva, uma artista visual brasileira nascida em João Pessoa, Paraíba, em 1988. Negana atua no graffiti desde 2015 com trabalhos influenciados pela estética negra e dando protagonismo a figuras femininas negras, apagadas socialmente pelos padrões de beleza. Suas obras buscam valorizar e empoderar mulheres negras através de representações em espaços públicos.
Rose Afefé, vencedora do Prêmio FOCO 2023, nasceu em Varzedo, no interior da Bahia, em 1988. Sua pesquisa artística resgata memórias de infância, produzindo esculturas de paredes feitas com adobe (tijolo de barro cru) e cal, uma materialidade central no seu trabalho, mas também obras em outros suportes como a tela. A artista mora atualmente entre a Bahia, Rio de Janeiro e a Chapada Diamantina, onde constrói desde 2018 a Terra Afefé, uma micro cidade com construções em tamanho real. É um lugar que tem o desejo de criar frestas de liberdade, alegria, amor e afetos potencializadores, que se propõem a pensar formas de habitar em convivência com a terra, os saberes locais e a escuta sensível. Em conexão com as ecologias do mundo, busca-se pensar as relações entre arte e vida, natureza e cultura, a fim de construir um movimento de coexistência.
EXPOSIÇÃO DIVERSOS
A Expo Diversos destaca histórias que retratam as particularidades vivenciadas por artistas que atuam com diferentes realidades culturais e regionais. São obras que fazem o público refletir sobre a valorização da cultura indígena, questionar o etarismo e exaltar a sabedoria ancestral, combater os preconceitos de raça, etnia e gênero, o machismo e lutar por uma sociedade mais justa e mais inclusiva.
“A exposição não captura a totalidade das perspectivas sobre diversidade, dada a singularidade intrínseca à condição humana. A iniciativa visa oferecer um recorte cuidadoso e modesto de memórias e narrativas de indivíduos diversos do Brasil, fomentando os direitos humanos e reconhecendo a pluralidade de visões que se traduzem em obras artísticas e diálogos enriquecedores”, ressalta Kaline Vânia, diretora da CEC Brasil.
Para a curadora Bianca Bernardo, a mostra funciona como uma plataforma de discussão, de aprendizagem e de compartilhamento de experiências sobre a diversidade, a partir da arte e da pauta dos direitos humanos no Brasil. “O tema principal é a diversidade, sendo tratada a partir dos direitos humanos e da importância de legitimar os espaços de respeito, para a construção do entendimento da igualdade a partir das nossas diferenças”, diz.
Vera Nunes, também curadora da Expo Diversos, destaca que a ideia é proporcionar um esperançar para este momento do mundo. “É o esperançar do Paulo Freire, de se juntar a outros e fazer de forma diferente. Queremos proporcionar um ambiente seguro, de experiências, de viver e conviver com pessoas. Somos frutos de diferentes histórias e tudo o que a gente quer é que as pessoas possam fluir do jeito que elas são e sejam respeitadas dessa forma”.
Com sua sede sul-americana localizada em São José dos Campos, uma das cidades por onde a exposição passará, a Ball acredita no poder da arte como ferramenta para levar mensagens importantes a cada vez mais pessoas. “Como uma empresa global, com diferentes línguas, culturas e formas de trabalhar, valorizar a diversidade é um imperativo para o nosso negócio, e não poderíamos estar mais orgulhosos de patrocinar a Expo Diversos. Acreditamos em valorizar a pluralidade das pessoas e gerar senso de pertencimento, e entendemos a arte como uma ferramenta poderosa para levar mensagens acerca de diferentes temas tão importantes, como a diversidade, para o público em geral”, afirma Suellen Moraes, Gerente de Diversidade & Inclusão da Ball na América do Sul.
Casa Diversa
As 23 obras contemplam diferentes linguagens, como pinturas, fotografias, esculturas, bordados e instalações, dispostas num percurso multissensorial dentro do conceito de Casa Diversa. O espaço remete a um ambiente domiciliar acolhedor e acessível, com projeto expográfico assinado pela artista baiana Rose Afefé, trazendo elementos como paredes, plantas, pedras, água e luzes, com o objetivo de proporcionar uma experiência ainda mais imersiva aos visitantes.
Autor da obra “O sol é para todos, mas a terra não!”, o artista visual, compositor e poeta Novíssimo Edgard avalia que o tema da mostra, por si só, já causa um impacto fantástico. “A Expo Diversos é um espaço que contribui para fazer as pessoas terem acesso à arte e perceberem que a diversidade pode ser um tema, não só pensando em gênero e raça, mas também na sensibilidade de pessoas que têm autismo, entre outras dificuldades, numa sociedade que nem a nossa, toda padronizada. E o fato de ela ser itinerante é genial porque ela vai ter esse sopro de vida que vai continuar a passar por outros cantos, o que é inspirador e renovador”.
O artista paulistano Subtu participa com a obra Um estudo sobre a Paz e realça que sua intenção é provocar uma reflexão mais ampla sobre o que significado de paz. ”A ideia é refletir sobre a dimensão da paz individual que abrange justamente a diversidade. Porque uma pessoa que faz uma determinada escolha de gênero ou de estilo de vida, e que sofre preconceito, sofre discriminação, ela não tem paz sendo ela mesma, o que é algo muito repugnante, e mudar isso é uma reconstrução coletiva”.
Lua Cavalcante, artista, educadora e aleijada, reforça que sua grande luta é de não ser lida apenas como corpo de uma deficiência que padece. “Minha perspectiva é a de vincular meu corpo a outras lógicas, que não são a lógica da perda de algo. Então eu espero que as minhas obras tragam essa possibilidade de mais leituras, sobre as múltiplas possibilidades de existência que esse corpo me permite, inclusive sobre eu poder resolver enfeitar minhas muletas para batalhar com mais encanto também”, destaca a artista, que traz para a Expo Diversos as obras Amuleta de Aleijeidu e Rede de Descanso e Mandinga de Aleijadu
ACESSIBILIDADE
Para garantir a acessibilidade da exposição para os visitantes, as obras poderão ser acessadas através de QR Code com áudios descritivos e placas técnicas em braille.
SERVIÇOS:
Expo Diversos – RJ
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Abertura: dia 22 de junho, às 15h
Período Expositivo: de 22 de junho a 4 de agosto de 2024
Funcionamento: terça-feira a domingo, das 10h às 17h
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: Quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita
Postado por CFB em 03/jun/2024 -
Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo – Edital Giros RJ apresentam a performance “Eunucos”.
Nos dias 07, 08, 09 de junho, às 19h (sexta-feira) e 18h (sábado e domingo), a Casa França-Brasil abrirá as portas para o espetáculo “Eunucos”, o horário de entrada será de 20 a 15 min antes das apresentações. Sujeito à lotação. Classificação Indicativa: 18 anos.
Viní Ventania e Vitória Jovem, performers que juntas compõe a dupla artística Irmãs Brasil, voltam ao país que levam no nome para temporada da performance autoral “Eunucos” no Rio de Janeiro. Serão dez apresentações gratuitas do projeto.
O Complexo da Maré, o Centro e a Zona Oeste da capital carioca são os primeiros locais confirmados a receber a performance. Antes da estreia, as Irmãs se apresentam em Portugal com a Companhia de Teatro do Brasil na peça “Sem Palavras”.
SINOPSE | “Eunucos” reflete sobre processos de castrações históricas, tecnologias de transição e performance de gênero. Duas existências, dois cavalos selvagens, duas sereias, duas ninfas e duas liliths negociando vida e desejos, atravessando o tempo e espaço e ativando um ritual de morte e ressurreição. As corpas passam por micro e macro cirurgias ao vivo, nos acidentes provocados e recebidos por elas. Nesta peça, o público não é um agente passivo, e também se posiciona diante dos conflitos de relação ativados pela performance.
“Eunucos” nasce em 2019 na primeira Escola Livre de Artes da Maré, a Elã. No projeto, Viní e Vitória passaram por ciclos de formação que convidaram as artistas a pensar em uma experiência estética a partir de sua própria história de vida. A experiência deveria ser capaz de comunicar ao mundo a identidade das irmãs, e o processo de transição que trilhavam juntas, bem como o caminho de seus corpos até ali, ofereceram as respostas para o exercício.
— A performance surge quando olhamos para a concretude de um corpo que, na época, estava em início de transição e buscando ferramentas para autoafirmação e pertencimento. Percebemos que esse era um corpo capaz de transformar em arte seus maiores medos, angústias, e toda a violência que vivenciou da infância até a vida adulta — contam as Irmãs.
O nome da performance faz referência a um versículo bíblico, encontrado no livro de Matheus, onde o autor descreve as variações de um eunuco — corpos que, de alguma forma, foram fisicamente castrados. Para as Irmãs, uma castração pode ir além da carne do corpo.
— A performance vem para constatar o quanto a sociedade é capaz de nos castrar de nós mesmas. Entendemos esse processo de castração para muito além do sexo em si. Vemos a castração dos nossos desejos, dos nossos sonhos, e do lugar onde nos imaginamos sendo quem realmente somos — explicam Viní e Vitória.
Durante a performance, as Irmãs Brasil manuseiam e encenam tecnologias de castração, desde bloqueadores de testosterona a gestos que emulam uma castração, mas castração essa “capaz de libertar o espírito”, como acreditam Viní e Vitória. No Brasil, “Eunucos” foi apresentada na 9a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo em março deste ano, e aterrissou em solo europeu para turnê na Suíça em 2023 nos festivais LES URBAINES, na cidade de Lausanne, e Festival Gessnerallee, em Zurique.
Agora, no Rio de Janeiro, a circulação de “Eunucos” começa nos dias 1 e 2 de junho no Centro de Artes da Maré, no espaço da companhia de dança da coreógrafa Lia Rodrigues, às 17h. Em seguida, a performance realiza sessões na Casa França Brasil no dia 7 de junho às 19h, e nos dias 8 e 9 de junho às 18h. Depois, chega à Campo Grande, Zona Oeste do Rio, no dia 16 de junho para sessão no espaço Citrus Ateliê às 17h. Ao todo, serão dez sessões do projeto. As datas restantes, que ainda serão anunciadas, incluirão também a região metropolitana do Rio. Todas as apresentações serão gratuitas.
“Eunucos” também traz referências ao que pode ser entendido como o primeiro contato da dupla com o conceito de performance, ainda na infância. A trilha sonora da performance, supervisionada pela artista Andrômeda, reflete a realidade vivida e a fantasia imaginada pelas Irmãs.
— A trilha está diretamente ligada à memória afetiva que a performance carrega. Decidimos substituir, por exemplo, os três toques comuns do teatro por um berrante, som usado para reunir o rebanho e conduzir o rebanho ao curral. Também evocamos o canto das sereias míticas que seduzem, encantam, chamam, distorcem, brigam e se vingam do mundo. Os sons de “Eunucos” são ligados à sua materialidade selvagem — explicam.
Antes de voltar ao Rio, as irmãs se apresentam em Portugal com a peça “Sem Palavras” da Companhia Brasileira de Teatro. A apresentação acontece no Festival Internacional de Teatro Fitei. Com “Sem Palavras”, ambas Viní e Vitória foram indicadas individualmente na categoria de Melhor Atriz no Prêmio Shell de Teatro em 2023. Essa foi a primeira vez, em 33 anos da premiação, em que artistas travestis concorreram na categoria. O marco não passa despercebido pelas Irmãs.
— Fazemos arte no país que mais mata pessoas trans no mundo. Isso precisa ser entendido, e além de abrir espaços, é necessário que pensem na nossa permanência — reconhecem.
SERVIÇOS:
Local: Casa França-Brasil
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro
Data: 07, 08 e 09/06
Horário: 19h (sexta-feira) e 18h (sábado e domingo)
Ingressos: Entrada gratuita
Classificação Indicativa: 18 anos
Duração: 40 minutos
Postado por CFB em 27/Maio/2024 -
No contexto da exposição “A Ausência” teremos as Atividades Educativas “Vestígios e texturas: uma oficina experimental de isogravura” e “Inventário de Investigações”.
Inventário de Investigações
A atividade consiste de uma pequena fanzine de 8 páginas, com propostas que envolvem os trabalhos presentes na exposição “A Ausência”, do artista Gustavo Speridião, e a arquitetura da Casa França-Brasil com desafios a serem solucionados.
Os participantes são instigados a exercitar seu olhar atento ao espaço expositivo e as obras que lidam, entre outras coisas, com questões de visibilidade/invisibilidade. No final da proposta, levam para casa sua própria fanzine customizada.
Informes:
Vestígios e texturas: uma oficina experimental de isogravura
Os participantes serão convidados a lidar com texturas, imagens e formas que se encontram no espaço da Casa França-Brasil através da criação de matrizes de gravura feitas com isopor, partindo de questões evocadas pela exposição “A Ausência”.
A prática composicional, o olhar direcionado para imagens e formas política e esteticamente desvalorizadas e o chão como um campo de acontecimentos importantes são assuntos da atividade educativa.
Datas:
Sábado, 25/05, às 11h
Quinta, 30/05, às 11h e às 15h
Sábado, 01/06, às 11h
Informes:
Casa França-BrasilRua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes.
Entrada Gratuita
Postado por CFB em 10/Maio/2024 -
Na sexta, 17/05, às 12h30, acontecerá a Vitrine Musical UNIRIO, com Clayton Vetromilla. O recital de violão solo terá o repertório composto por Fernando Sor, Manuel de Falla, Heitor Villa-Lobos, entre outros.
Sobre o musicista
Clayton Vetromilla é professor de Violão no Instituto Villa-Lobos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Atuou também na Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais (1995/1997) e no Conservatório de Música da Universidade Federal de Pelotas (1997/2004). É Doutor em Música pelo PPGM da Unirio, com estágio de doutoramento realizado na Universidade de Aveiro, Portugal. Fez o bacharelado em Música (Instrumento: Violão) na Universidade Federal de Minas Gerais e o mestrado em Música / Práticas Interpretativas (Violão) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em 1995, gravou o CD Tocata del Alba Rufo Herrera e Quinteto Tempos (Empowerment produções musicais) com o compositor e bandoneonista Rufo Herrera, tendo também excursionado pelo Brasil e exterior.
Na função de alaudista e violonista, integrou o grupo Quadro Cervantes durante a edição do projeto Sonora Brasil 2005 / Música ibero-brasileira – SESC. Já como solista de violão, destacam-se os recitais no SESC-Flamengo, Rio de Janeiro, Festival Dilermando Reis / Guaratinguetá, São Paulo e Programa Sarau / Museu Villa-Lobos, Rio de Janeiro. Em duo com a atriz Carolina Virgüez, participou dos projetos FUNARTE Circulação de Música de Concerto/2005 e Concertos Didáticos/2006.
Repertório
Fernando Sor (1778-1839) – Quatro estudos
Manuel de Falla (1876-1946) – Homenaje, le tombeau de Claude Debussy
Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Três estudos
Francis Poulenc (1899-1963) – Sarabande
Leo Brouwer (n. 1939) – Variaciones sobre tema de Django Reinhardt
Roland Dyens (1955-2016) – Largo e Fuoco (da Libra sonatina)
Sexta, 17/05, às 12h30
Adquira seu ingresso pelo link: https://abrir.link/GYBFQ
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
Postado por CFB em 06/Maio/2024 -
Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Casa França-Brasil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, Departamento Cultural e Coordenadoria de Exposições – Coexpa apresentam
Entre 08 de maio a 02 de junho de 2024 a Casa França-Brasil recebe a exposição “A Ausência”, individual do artista Gustavo Speridião, com curadoria de Alexandre Sá e Ana Tereza Prado Lopes.
A abertura será nesta quarta-feira, 08/05, de 18h às 20h.
A Ocupação individual do artista Gustavo Speridião reúne um conjunto de 6 peças, que são fundamentalmente pinturas dispostas em uma situação instalativa. Gustavo Speridião é um artista que lida com uma tradição pictórica que compreende a tela como espaço de debate do corpo do artista e do público, através de um repertório que se coloca no espaço entre a palavra e a imagem.
“Conversando sobre o título desta exposição, depois de alguns nomes, eis que o artista anuncia: a ausência. Nós, confirmamos. Com o artigo? Sim. O artigo indica. Aponta. Desenha a presença de uma ausência. Para esta ocupação individual na Casa França-Brasil, Gustavo Speridião sintetiza seu trabalho, como se fosse possível, produzir no espaço e sem nostalgia alguma, o sumo de tantos planos desenhados, tantas esperanças vividas e tanto trabalho coletivo. Militante. Dentro e fora do sistema de arte. Dentro e fora do espaço museológico do viver. Como em uma fita de Möebius”, diz a curadoria
A curadoria optou por um número reduzido de trabalhos, de modo a ressaltar a precisão, delicadeza e violência das peças, bem como assumir uma relação estrutural e arquitetônica da casa.
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes.
Entrada Gratuita
Postado por CFB em 08/abr/2024 -
A Casa França-Brasil, além de realizar visitas mediadas para escolas e grupos, também oferece aos visitantes atividades educativas no contexto da exposição “Boneca de Papel”, para o público de todas as idades.
ATIVIDADE “BRINCANDO DE COMBINAR“
Nos sábados, 20 e 27/04, no contexto da exposição “Boneca de Papel”, teremos a atividade “Brincando de Combinar”, destinada às crianças de 3 a 5 anos.
A atividade propõe aos participantes, de forma lúdica, a criação de seres – reais ou imaginários – a partir da combinação de blocos com imagens.
Informes:
– Destinada à crianças de 3 a 5 anos;
– É necessário fazer uma inscrição por criança;
– Inscrição gratuita com limite de vagas, preenchidas por ordem de inscrição, pelo link: https://forms.gle/hkfic6Ry1DNd1MeP9
– O resultado será encaminhado pelo e-mail inscrito;
– É necessário o acompanhamento de ao menos um responsável durante todo o encontro e no máximo dois.
ATIVIDADE “MONTAGENS AFETIVAS“
A atividade “Montagens Afetivas” propõe que o visitante articule fragmentos e recortes de papel, partindo de suas próprias referências afetivas e estéticas, em uma prática de investigação e coleta, que resulte na criação de novas imagens e personagens.
Informes:
– Realizada às sextas, sábados e domingos, às 15h;
– Sem necessidade de inscrição prévia;
– Grupos e escolas podem agendar de terça a domingo pelo e-mail: educativo@casafrancabrasil.rj.gov.br.
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes.
Postado por CFB em 23/fev/2024 -
Entre 02 de março de 2024 a 28 de abril de 2024 a Casa França-Brasil recebe a exposição Boneca de Papel, individual da artista Maria Fernanda Lucena com curadoria de Bruna Araújo.
A abertura será no sábado, 02/03, às 14h.
A exposição individual de Maria Fernanda Lucena, que reunirá 39 obras da artista, revisita e amplia a série “Boneca de Papel”, apresentada ano passado no Paço Imperial. A artista ressalta que os trabalhos começaram a ser pensados por práticas que lhe são comuns, o recorte e a colagem, fazeres que ela considera lúdicos por rememorarem modos de brincar, além de gestos costumeiros ao universo da moda, do qual é oriunda sua pesquisa.
Com uma paleta de cores mais aberta, diversa e sobreposições menos uniformes, nesta nova mostra Lucena expande seus personagens e explora ainda mais as representações e as identidades. Segundo Bruna Araújo, curadora da mostra, “A exposição de Maria Fernanda ganha uma nova dimensão na Casa França-Brasil. Nesse espaço monumental a percepção dos atravessamentos propostos pela artista se torna mais instigante, somos convidados a refletir não só sobre a pluralidade dos corpos, mas a celebrá-los, uma ideia de que o corpo pode ser uma festa”.
Sobre Maria Fernanda
Maria Fernanda Lucena (Rio de Janeiro, 1968). Depois de estudar e trabalhar com indumentária e design de moda, ingressa na EAV- Parque Lage – frequenta diversos cursos e passa a se dedicar ao desenho e à pintura. Suas exposições individuais foram curadas por Efrain Almeida, na C. galeria, e na galeria Sem título, e por Cesar Kiraly “A intimidade é uma escolha”, na galeria de Arte Ibeu, em 2017, no ano anterior foi vencedora do prêmio “Novíssimos”. Em projetos coletivos expôs a convite dos curadores Brígida Baltar, Isabel Portella e Marcelo Campos. Integra coleções particulares e o acervo do MAR – Museu de Arte do Rio.
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes.
Postado por CFB em 22/fev/2024 -
Experiência Em Montagem na exposição Boneca de Papel com a artista Maria Fernanda Lucena e a curadora Bruna Araújo.
A experiência tem como objetivo apresentar, de maneira prática, o percurso para a montagem de uma exposição. A partir dos recortes curatoriais, das alternativas adotadas para a expografia e montagem da exposição Boneca de Papel, serão apresentados e discutidos o projeto museográfico e seus diversos processos até a montagem final, com a presença da artista e da curadora na Casa França-Brasil.
Link de inscrição: INSCRIÇÕES AQUI
O encontro terá a duração de 2 horas e oferecerá certificado de participação.
26 de Fevereiro de 2024 | 11h às 13h
Gratuito | Presencial
20 vagas disponíveis por ordem de inscrição até 23/02 às 17h.
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
Postado por CFB em 09/jan/2024 -
Neste sábado, 13/01, às 16h, acontecerá o espetáculo Solo Da Cana em meio à exposição Viva Viva Escola Viva, com a artista Izabel de Barros Stewart.
“O que nos diria uma cana-de-açúcar, depois de séculos de exploração no Brasil?”
Solo da Cana traz para o foco um corpo de mulher que assume o lugar de fala de uma cana-de-açúcar, ícone da cultura mono-agro-pop, em diálogo com os humanos, versando sobre o cultivo de afetos entre os seres. Ao lado de plantas mestras nativas cultivadas pelos povos originários e de trabalhos de artistas indígenas presentes na exposição Viva Viva Escola Viva, Izabel de Barros Stewart ficcionaliza um depoimento vegetal, a perspectiva de uma cana-de-açúcar sobre os vínculos coloniais que deflagram um determinado modo de habitar a Terra e de se relacionar com o solo e suas gentes, revelando o racismo ambiental que permeia essas práticas.
Do interior do edifício da Casa França-Brasil no período colonial, que já foi palco de transações comerciais e alfandegárias, por onde transitaram mercadorias como a cana-de-açúcar e corpos escravizados – vozes que foram silenciadas, hoje ecoam reivindicando seu espaço e afirmando seu valor.
Sobre a artista
Izabel de Barros Stewart é artista da cena, performer e educadora.
Entre 1997 e 1999 integrou o Atelier de Coreografia, com direção de João Saldanha, e entre 2003 e 2007 trabalhou como assistente de direção e bailarina da Benvida Cia de Dança, de Dudude Herrmann. Graduada em História pela PUC-Rio e Mestre em Dança (DEA) pela Universidade Paris 8, foi professora do Departamento de Artes Cênicas da UFOP por 3 anos. Realiza trabalhos autorais em parceria com diversos artistas, além de atuar em projetos de educação ambiental e artivismo, destacando as atividades quando foi coordenadora da ONG Primatas da Montanha, e na Diretoria de Ecologia do Instituto Educacional e Cultural Ouro Verde. Em setembro de 2023 estreou “Solo da Cana”, primeiro trabalho como dramaturga e atriz, com direção de João Saldanha e produção de Ana Paula Abreu e Renata Blasin.
13 de janeiro de 2024, às 16h
Endereço: R. Visc. de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20010-060
Entrada Gratuita
Postado por CFB em 23/nov/2023 -
Entre 2 de dezembro de 2023 e 28 de janeiro de 2024, o Selvagem, ciclo de estudos vai celebrar as Escolas Vivas com uma grande exposição de artes e medicinas aqui na Casa França-Brasil, centro do Rio de Janeiro. VIVA VIVA ESCOLA VIVA será o primeiro grande encontro, mediado por Ailton Krenak e Cristine Takuá, dos artistas, professores, pajés e mestres que representam e conduzem as Escolas Vivas.
A abertura será no sábado, 02/12, às 15h, contará com 13 convidados indígenas e terá uma grande roda de cantos e falas de representantes de cada Escola Viva, seguida do lançamento do livro UM RIO UM PÁSSARO, de Ailton Krenak, às 17h, com mesa de autógrafos.
Serão mais de 100 obras expostas, entre elas, pinturas, desenhos Maxakali, aquarelas Baniwa, um painel de miçangas, um pano professor Huni Kuï, cestarias, animais em madeira, uma cartografia da Nhe’ërÿ – um grande mapa da Mata Atlântica pintado por jovens artistas Guarani -, uma pintura de Ailton Krenak e uma Farmácia Viva Amazônica organizada pelo Centro de Medicina Bahserikowi, que traz preparados medicinais dos povos Tukano e Desana.
Também compõem a programação:
● Seminário APRENDIZAGEM VIVA, conduzido por Cristine Takuá, pensado para educadores, professores e agentes envolvidos com a transformação dos modelos de aprendizagem. Tem como principais temas:
Data: 4 de dezembro, das 10h às 17h, com inscrições prévias pelo link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe4RqUA8V0em55vHYrdWxdYxDBaLs1zA_U2SemCD4BMGr6m6g/viewform
● 5 oficinas conduzidas pelo Grupo Crianças da Comunidade Selvagem ao longo do período da exposição, para crianças de 02 a 11 anos, acompanhadas por seus responsáveis ou em grupos escolares.
Data: aos sábados, dias 02, 09, 16 de dezembro de 2023 e 13 e 24 de janeiro de 2024. Por ordem de chegada.
● Estará disponível no canal do Selvagem no YouTube, a partir do dia 03 de dezembro, o filme NI ININPA CASAS DE ESSÊNCIAS HUNI KUÏ, narrado pelo pajé Dua Busë. O filme apresenta a chegada dos laboratórios de medicina indígena nas aldeias, com imagens de colheita, destilação, óleos e plantas.
SOBRE AS OFICINAS
O Grupo Crianças é uma iniciativa da Comunidade Selvagem que elabora vivências e materiais lúdicos e pedagógicos com e para crianças.
O grupo se movimenta no sentido de tornar outros mundos possíveis. O fio condutor do grupo é o Sol, fonte primária da energia da vida. A partir dele, são tecidas pesquisas de histórias de origem e organizadas oficinas que criam diálogos com as crianças.
A coordenação é feita por Veronica Pinheiro, brincante, professora da Rede Pública Municipal do Rio de Janeiro e pesquisadora do ensino de arte para as relações étnico-raciais como mestranda do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Realizamos encontros com crianças e professores em escolas públicas, museus, aldeias e quilombos para compartilhamento de saberes e fazeres artísticos e culturais mediados por pessoas indígenas e quilombolas.
O grupo articula-se com as Escolas Vivas através da experiência dos encontros que colaboram para o acordamento e a criação de memórias pluriversais.
Uma série de encontros acontecerá ao longo da exposição VIVA VIVA ESCOLA VIVA.
Entre 02 de dezembro de 2023 a 27 de janeiro de 2024, aos sábados, teremos imersões em cores, sons, formas e mitos. Serão 5 encontros, realizados pelo Grupo Crianças Selvagem em colaboração com artistas-educadores convidados. As atividades articulam referências e movimentos de vida vindos da exposição VIVA VIVA ESCOLA VIVA, por meio de contação de histórias, visitas guiadas à exposição e oficinas.
Dia 02 de dezembro de 2023, das 15h às 17h – Oficina “Viva Escola Viva e os Guardiões da Floresta”
Oficina de criação dedicada à semana de abertura da exposição VIVA VIVA ESCOLA VIVA. Por meio de histórias contadas pela educadora Veronica Pinheiro, o público infantil conhecerá o mito A canoa da transformação. Em seguida serão realizadas oficinas de desenho, tear, criação de fantoches e biojóias, mediadas por Elvira Sateré Mawé.
Dia 09 de dezembro de 2023, das 10h às 12h – Oficina “Terra viva Maxakali”
Uma experiência de imersão no mundo das tintas naturais, prática que vivencia o colorir com tintas ancestrais. Mediada por Jhon Bermond, a atividade articula memórias, saberes e fazeres tradicionais. Teremos também contação de histórias, visita guiada à exposição e pintura em tecido.
Dia 16 de dezembro de 2023, das 10h às 12h – Oficina “AVAXI TAKUA: O milho sagrado Guarani”
Um mergulho no mundo do mito e da criação de animações. Mediada por Matheus Marins, do Laboratório de Animação, as crianças poderão criar suas próprias animações para contar histórias por meio de processos experimentais e materiais diversos. Nesse mesmo dia teremos uma roda de saberes e sabores sobre comida e afeto, mediada por Cláudia Lima.
Dia 13 de janeiro de 2024, às 10h – Oficinas: “Um Rio Um Pássaro” e “Huni Kuï – Floresta, nossa farmácia”
Nesse dia serão oferecidas duas oficinas: uma para olhar para o céu e outra para olhar para a terra. Com a presença de Carlos Papá, as crianças ouvirão histórias sobre Ailton Krenak e sua viagem às terras Huni Kuï. Teremos oficinas de confecção de papagaio (pipa) e plantio de mudas, ações pensadas para construir diálogos entre vida, natureza e sonho.
Dia 24 de janeiro de 2024, às 15h – Oficina “Cerâmica Tukano e Baniwa – Licença para a Vovó Argila”
“Minha vovó, dona das argilas, viemos buscar argila para o meu trabalho”. Essas são as palavras ditas pelas mulheres Tukano ao irem colher a argila. Neste encontro teremos trocas de saberes e fazeres sobre a relação sagrada e artística com a argila. A oficina para crianças será um momento de criação de possibilidades de intimidade com a terra. Repensar a relação com os seres é uma das formas de reduzir os desperdícios presentes nos processos escolares e artísticos, além de ampliar as possibilidades de envolvimento com a vida.
SOBRE OS CONVIDADOS
AILTON KRENAK
Pensador, ambientalista e uma das principais vozes do saber indígena. Criou, juntamente com a Dantes Editora, o Selvagem, ciclo de estudos sobre a vida. Vive na aldeia Krenak, nas margens do rio Doce, em Minas Gerais. É autor dos livros Ideias para adiar o fim do mundo (Companhia das Letras, 2019), O amanhã não está à venda (Companhia das Letras, 2020), A vida não é útil (Companhia das Letras, 2020), Futuro ancestral (Companhia das Letras, 2022) e Um rio um pássaro (Dantes Editora, 2023).
CRISTINE TAKUÁ
Educadora, mãe, parteira, pensadora Maxakali que habita há 20 anos, com seu companheiro,Carlos Papá Porã Mirim, e seus filhos, Kauê e Djeguaká. Formada em Filosofia pela UNESP, tem experiência em projetos relacionados a plantas de cura, como o Projeto Ka’agui Poty [Flores da Mata]. É diretora do Instituto Maracá e foi representante, por São Paulo, na Comissão Guarani Yvy Rupa (2016/2019).Criou publicações sobre o modo de ser Guarani e suas práticas de educação. Trabalha tecendo pensamento entre filosofia, artes, empoderamento e resistência. Dentre os inúmeros projetos e eventos dos quais participou, foi coordenadora da Oca da Sabedoria durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas em Tocantins, em 2015; curadora da Mostra Audiovisual Índio.doc, realizada no SESC Vila Mariana; membra fundadora do Fórum de Articulação dos Professores Indígenas do Estado de São Paulo (Fapisp); convidada do Festival Tela Indígena, realizado em Porto Alegre; curadora do rec.tyty – Festival de artes indígenas; consultora pedagógica da Exposição Moquém-Surari, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), durante a 34a Bienal de São Paulo. Cris é, também, colaboradora do Selvagem. Desde 2022 coordena o projeto Escolas Vivas.
CARLOS PAPÁ
Carlos Papá Mirim Poty pertence ao povo Guarani Mbya. É morador da aldeia do Rio Silveira e guardião das palavras sagradas Guarani. Ao longo dos últimos anos, Papá vem soprando ao mundo mensagens sobre a importância da valorização e do respeito à Nhe’ërÿ, a Mata Atlântica. Através de Ayvu Porã, as boas e belas palavras, ele transmite a filosofia e a memória ancestral deixadas por seus avós. Trabalha há mais de 20 anos com audiovisual, cultivando a memória e a história de seu povo através de oficinas culturais com os jovens. Atua também como líder espiritual em sua comunidade, sendo conhecedor das plantas que curam e orientam o nosso caminhar. É representante da Comissão Guarani Yvy Rupa e também fundador e conselheiro do Instituto Maracá. São inúmeros os projetos e eventos dos quais participou e para os quais vem sendo convidado nos últimos anos, tais como: Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Tocantins, 2015; ciclo de debates Mekukradjá – Círculo de Saberes, no Itaú Cultural; diversas sessões, mostras e festivais de cinema, como o Aldeia SP – Bienal de Cinema Indígena, o Festival Tela Indígena, realizado em Porto Alegre, e o Festival de Culturas Indígenas no Memorial da América Latina, em São Paulo. Foi curador do rec.tyty – Festival de artes indígenas. Participou como artista da exposição Moquém-Surari, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), durante a 34a Bienal de São Paulo, e é colaborador do Selvagem, ciclo de estudos sobre a vida.
SUELI MAXAKALI
Sueli Maxakali nasceu em 1976, no município de Santa Helena de Minas, e é uma liderança do povo Maxakali, povo indígena originário de uma região compreendida entre os atuais estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Forçados a se deslocar de suas terras ancestrais para resistir a diversas agressões que se acumulam há séculos e que chegaram a deixá-los em risco de extinção nos anos 1940, os Tikmũ’ũn mantêm vivas sua língua e sua cultura, estando hoje divididos em comunidades distribuídas pelo Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Além de liderança, educadora e fotógrafa, Sueli é também realizadora audiovisual.Com Isael Maxakali, ela tem produzido alguns dos filmes mais emblemáticos da produção da arte indígena contemporânea, no sentido de registrar e difundir rituais e tradições ancestrais, ao mesmo tempo transcendendo, com sua poesia, o engajamento na luta pelos direitos dos povos originários. Na 34a Bienal, a artista apresentou a instalação Kumxop koxuk yõg (Os espíritos das minhas filhas), um conjunto de objetos, máscaras e vestidos que remetem ao universo mítico das Yãmĩyhex, as mulheres-espírito.
ISAEL MAXAKALI
Isael Maxakali nasceu em 1978, na aldeia de Água Boa, em Minas Gerais, onde cresceu ouvindo e aprendendo os cantos e histórias dos espíritos Yãmĩyxop. Hoje vive na aldeia de Ladainha, em Minas Gerais. Em 1993, casou-se com Sueli Maxakali, sua companheira de vida e trabalho. Na virada do século, ele assumiu a kuxex, casa dos cantos, tornando-se uma jovem liderança do seu povo. Foi indicado como professor pelas lideranças locais, aproximou-se do universo não indígena e começou a participar de atividades ligadas à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Graduou-se no curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas, na UFMG. Movido pelo desejo de mostrar a cultura Maxakali, iniciou seu percurso pelo cinema. Hoje é um dos principais diretores indígenas em atuação no Brasil, desenvolvendo uma obra constituída por filmes-rituais, documentários e animações. O cinema de Isael é indissociável de sua trajetória como liderança política, professor, pesquisador, desenhista, tradutor, aprendiz de pajé e cantor, conhecedor de parte do vasto repertório mantido e recriado pelos Maxakali. Em 2020, recebeu o prêmio Carlos Reichenbach de Melhor Longa-Metragem da 23a Mostra de Cinema de Tiradentes com o filme Yãmĩyhex: as mulheres-espírito (2019), dirigido com Sueli Maxakali. Recebeu também o Prêmio PIPA online, uma das principais premiações de arte contemporânea do Brasil. Atualmente sonha com a aquisição da terra para onde se transferiu com mais de 100 famílias Maxakali, para a criação do seu projeto Aldeia Escola Floresta.
JOÃO PAULO LIMA BARRETO
João Paulo Lima Barreto nasceu na comunidade São Domingos, no Alto Rio Negro, estado do Amazonas, norte do Brasil. É um ativista indígena do povo Ye’pamahsã (Tukano), antropólogo e professor na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Foi o primeiro indígena a defender o doutorado em Antropologia pela Ufam. Trabalhou no Ensino Fundamental e Superior e também em organizações indígenas do Amazonas. Foi o idealizador e co-fundador do Centro de Medicina Indígena da Amazônia, uma clínica criada em 2017 especificamente para servir ao povo. João Paulo virá acompanhado de seu irmão ANACLETO LIMA BARRETO e de CARLA WISU, indígena Desana do alto Rio Negro, artesã e administradora do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi e organizadora da Farmácia Viva da Exposição VIVA VIVA ESCOLA VIVA.
DUA BUSË
Pajé e professor, vive na aldeia Coração da Floresta, no Alto Rio Jordão, no Acre, na divisa com o Peru. Possui profundos saberes da cultura, histórias, medicina, música e espiritualidade Huni Kuï e, ao longo dos anos, tem transmitido seus conhecimentos para outros pajés e aprendizes.
TERESA NETË
Netë Teresa é uma mestra artesã de tecelagem e conhecedora de 26 kenês (grafismos sagrados) da tradição Huni Kuï , que remonta ao tempo dos Shenipabu (povo antigo). Junto com Dua Busë, abriu a escola de tecelagem chamada Una Shubu Xinã Kuï. Essa escola tradicional ensina 13 jovens artesãs da comunidade a aplicar os kenês que ela conhece, para que a sabedoria ancestral ritualística (ritos, cantos, costumes) e dos grafismos seja preservada. O desejo é que as jovens mães (e algumas já avós) possam ter uma oportunidade de sustento para suas famílias e autonomia através de seu trabalho.
ISAKÁ HUNI KUÏ
Morador da aldeia São Joaquim, é professor e trabalha com as plantas da floresta produzindo óleos essenciais.
FRANCY BANIWA
Francineia Bitencourt Fontes (Francy Baniwa) é mulher indígena, antropóloga, fotógrafa e pesquisadora do povo Baniwa, do clã Waliperedakeenai, nascida na comunidade de Assunção, no Baixo Rio Içana, na Terra Indígena Alto Rio Negro, município de São Gabriel da Cachoeira/AM. Engajada nas organizações e no movimento indígena do Rio Negro há uma década, atua, trabalha e pesquisa nas áreas de etnologia indígena, gênero, organizações indígenas, conhecimento tradicional, memória, narrativa, fotografia e audiovisual. É graduada em Licenciatura em Sociologia (2016) pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). É mestra (2019) e doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS-MN/UFRJ). É diretora do documentário Kupixá asui peé itá — A roça e seus caminhos, de 2020. Atualmente coordena o projeto ecológico pioneiro de produção de absorventes de pano Amaronai Itá – Kunhaitá Kitiwara, financiado pelo Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN/FOIRN), pelo empoderamento e dignidade menstrual das mulheres do território indígena alto-rio-negrino. É autora do livro Umbigo do Mundo, Mitologia, Ritual e Memória Baniwa Waliperedakeenai – escrito a partir das narrações de seu pai, Francisco Fontes Baniwa, e ilustrado por seu irmão, Frank Fontes Baniwa – lançado pela Dantes Editora em 2023.
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
MOISÉS PIYÃKO
Respeitado xamã do povo Ashaninka, é conhecedor das tradições espirituais de seu povo. Mora na aldeia Apiwtxa, localizada às margens do Rio Amônia, no Acre.
A exposição VIVA VIVA ESCOLA VIVA é gratuita, assim como todas as atividades e materiais do Selvagem.
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Horário de atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental: quartas-feiras de 10h às 11h. Local acessível para cadeirantes.