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Arquivo da Categoria "Destaque-DC"

História da Casa França-Brasil

Postado por CFB em 10/jan/2022 -

O edifício onde hoje funciona a Casa França-Brasil já foi palco de eventos importantes de nossa História. Encomendado em 1819 por D. João VI à Grandjean de Montigny, arquiteto da Missão Artística Francesa, a obra em si é um documento histórico importante. Trata-se do primeiro registro do estilo neoclássico no Rio de Janeiro, tendência que viria então a popularizar-se, dando à cidade marcada por suas casas coloniais um tom mais cosmopolita, à moda europeia.

No dia 13 de maio de 1820, o edifício foi inaugurado como a primeira Praça do Comércio do Rio de Janeiro, cidade sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Apenas quatro anos mais tarde, já no contexto do Brasil independente de Portugal, foi transformado por D. Pedro I em Alfândega, função que exerceria até 1944.

Esta obra de Montigny passou em seguida por diferentes usos, tendo servido até 1952 de depósito para os arquivos do Banco Ítalo-Germânico e ainda, de 1956 a 1978, como sede do II Tribunal do Júri. Em 1938 o prédio foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — atual IPHAN.

Em 1984 a atual vocação da Casa França-Brasil começou a ser traçada. O antropólogo Darcy Ribeiro, então Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, combinou recursos brasileiros e franceses no ano seguinte para restaurar a construção e resgatar as linhas arquitetônicas originais projetadas por Montigny. As etapas para a criação do centro cultural e o trabalho de restauração atravessaram a década de 1980. Em 29 de março de 1990, foi inaugurada a Casa França-Brasil

Entre 1990 e 2008, a Casa França-Brasil desenvolveu uma programação eclética, com exposições de temas variados e artistas consagrados, modernos e contemporâneos, como Juan Miró, Glauco Rodrigues, Antonio Henrique Amaral, Irmãos Campana e Niki de Saint Phalle. A partir de 2008, após um importante processo de obras estruturais e de restauração, a Casa França-Brasil assumiu nova missão institucional e linha curatorial, focadas na arte e cultura contemporâneas. Expoentes das artes visuais nacionais e internacionais, como Iole de Freitas, Laura Lima, Miguel Rio Branco, Cristina Iglesias e Chistian Boltanski já ocuparam a Casa França-Brasil com exposições individuais.

Missão Artística Francesa Vira Espaço Cultural

Postado por CFB em 12/ago/2021 -

Não foi Saramago quem disse: “se podes olhar, vê; se podes ver, repara”? Pois, eu digo, é bem possível apenas passar na Casa França-Brasil só para ver alguma exposição interessante (tem sempre alguma), curtir o café com vista para a Igreja da Candelária, ou mesmo ficar no espaço de leitura deles. Agora, se você “reparar” o lugar irá descobrir vestígios maravilhosos sobre a História do Brasil, marcas de grandes eventos e de todo um embate para preservação ou destruição deste prédio.

A Casa foi uma encomenda de D. João VI ao arquiteto Grandjean de Montigny em 1819. É o primeiro registro de arquitetura neoclássica na cidade. Esse estilo foi muito difundido e mesclou-se as construções barrocas do período colonial. De alguma maneira, é através desta difusão do neoclássico, e dos valores da Missão Artística Francesa, da qual Montigny fazia parte, que podemos perceber o quanto a estética francesa, com ares de cosmopolita, invadiu esta colônia barroca marcando o estabelecimento da corte portuguesa em terras cariocas.
O prédio ficou abandonado e, só em 1984 começou-se a restauração e criação do centro cultural. Foi um processo longo e único, no qual eles inclusive encontraram o cais por onde a comitiva de D. João VI atracou para sua visita à Praça do Comércio em 1820. Eles mantiveram a rampa de acesso no fundo do prédio. É tudo muito interessante, e aos poucos, você pode descobrir tudo isso por lá.

Minha dica é: tire uma tarde e faça programas combinados. Visite a Casa, o CCBB e o Centro Cultural dos Correios. São todos muito próximos e é uma delícia andar pela área. Depois você pode se acabar num dos bares com samba que tem por lá. Samba, Cultura e História, como resistir?