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Arquivo de Maio 25America/Sao_Paulo 2023

Experiência em Montagem

Postado por CFB em 25/Maio/2023 -

EDUCATIVO PETROBRAS CULTURAL APRESENTA:

EXPERIÊNCIA EM MONTAGEM na exposição Navegar É Preciso aconteceu no dia 18/05

A experiência teve como objetivo apresentar, de maneira prática, o percurso para a montagem de uma exposição. A partir dos recortes curatoriais, das alternativas adotadas para a expografia e montagem da exposição NAVEGAR É PRECISO, foram apresentados e discutidos o projeto museográfico e seus diversos processos até a montagem final, com a presença dos curadores Marcus Lontra e Rafael Peixoto e de Tania Queiroz, diretora da Casa França-Brasil.

O encontro teve duração de 4 horas. Foram selecionadas 20 pessoas por ordem de inscrição, apenas pelo formulário disponibilizado nas redes sociais da Casa França Brasil.

Por que uma Casa França-Brasil?

Postado por CFB em 18/Maio/2023 -

Trecho do discurso do Vice Governador e Secretário Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro Darcy Ribeiro, durante a solenidade de assinatura do convênio de cooperação na restauração e instalação da Casa França Brasil. O documento foi assinado nas instalações da Casa França-Brasil, a 16 de outubro de 1985, por Darcy Ribeiro; pelo Ministro da Cultura da França, Jack Lang; pelo Ministro da Cultura do Brasil; pelo representante da Fundação Roberto Marinho e pelo presidente da Rhodia do Brasil.

Estou seguro de que se justifica plenamente sua implantação por muitas razões. Um espaço destinado a fixar e a divulgar o olhar francês sobre o Brasil, a visão com que os franceses, ao longo de cinco séculos, viram os brasileiros, é um projeto incitador e belo… Vamos repassar, brevemente, como quem roda um caleidoscópio, a história das relações de franceses e brasileiros… De fato, foi a França que fundou a cidade do Rio de Janeiro. Na verdade, não queriam nos colonizar, então. O Rio francês foi fundado tentando criar, aqui, a primeira República Socialista Cristã. Os huguenotes, perseguidos na França, e os calvinistas, animados pelo próprio Calvino, aqui vieram ter para criar a Cidade Pia, uma civilização verdadeiramente cristã que a Europa não conseguiu plasmar.

Vejo a chegada daquelas naus, depois de meses de travessia oceânica, cheias de franceses hirsutos, barbudos, suados, marcados com as feias feridas do escorbuto. Cada um deles com sua bíblia na mão. Sonhando uma vida seráfica e pura. Da borda de suas naus de velas enfunadas, eles olhavam espantados, de olhos arregalados, os meus índios e as minhas índias com as partes pudendas à mostra, cheios de alegria de viver, saltando e gritando na praia e se perguntando quem era aquele gentio que vinha vindo em naus tão prodigiosas. Foi naquele momento, creio eu, que os franceses começaram a ser chamados pelos índios de maires, gente de Maíra, ou gente de Deus. Um deus estranho, diferente do cristão, mas que acabaria por converter mais franceses do que os calvinistas converteram aqui.

Expulsos do Rio, os franceses continuaram andando pela costa, como piratas e corsários, trocando bugigangas, espelhos e miçangas – fazem isto até hoje… – com os índios, que lhes davam em troca toras de pau brasil. Nossas relações, porém, talvez porque incidentais, foram sempre melhores do que as que os índios mantinham com os perós portugueses que queriam deles um trabalho de sol a sol, para produzir o açúcar com que adoçavam as bocas européias. Neste comércio de escambo, tanta intimidade tomaram os seus franceses com os meus índios que até se deram ao gosto de participarem de festivais de antropofagia. 

Sim, Senhor Ministro, alguns compatriotas seus andaram comendo gente aqui nessas plagas. Sabe-se até do caso de um arcabuzeiro alemão, mercenário dos portugueses, que os franceses não quiseram trocar por um machado de ferro e aconselharam que os índios o comessem porque era grande e estava gordo. Os índios se recusaram, porém. O tal alemão era muito frouxo, chorava e se sujava cada vez que tentavam fazê-lo participar, como comida, de um ritual de antropofagia.

Depois do Rio, os franceses, mais uma vez, tentaram se estabelecer em nossas terras. Disto resultou a fundação da nobre e bela cidade de São Luiz do Maranhão.(…) Lá, muitas foram as surpresas. Entre elas, lembro-me dos registros que dois curas franceses deixaram daquela aventura desventurada. É de recordar, sobretudo, um diálogo patético de um velho índio, muito sábio, que perguntava aos padres se eles não tinham confiança no seu Deus. Por que a gente francesa se dá tanto ao vício de acumular bens e guardar coisas, perguntava o índio. Acaso pensam que o mar vai deixar de dar peixes? Que a floresta não dará mais frutos? Que as roças não darão safras?

Nas décadas e nos séculos seguintes, franceses e brasileiros conviveram de mil formas, sempre mais cordiais que conflitivas porque mais livres que impostas. Claro que houve exceções, como no caso dos corsários que tomaram o Rio de Janeiro de assalto e o venderam para nós, como se retrata no musical esplêndido que está hoje, no palco de um teatro do Rio. Mais tarde, tiveram os franceses o nobre papel de pregadores subversivos dos princípios revolucionários da liberdade, igualdade e fraternidade. Conseguiram até – o que me parece espantoso – fazer a cabeça de alguns conterrâneos meus, mineiros. Inclusive de um deles que acabou sendo enforcado e esquartejado, tão perigoso se tornara como combatente pela liberdade e como republicano convicto. É Tiradentes, um francesista .

Hoje, com Jack Lang, são os franceses que voltam. E voltam para que, pergunto eu? Um dia eu lhe disse que tinha medo das tão grandes atenções que os franceses dão, agora, à América Latina. A última vez que isto sucedeu foi quando, sob Napoleão III, criou-se, em Paris, a expressão “América Latina”. Mas seu efeito principal foi nos impor um rei, Maximiliano, levado por tropas francesas para ser imperador do México, com ambições de reinar sobre a latinidade do Novo Mundo. Felizmente o projeto gorou.

Agora, sob o mando do socialista Mitterrand, podemos já receber os franceses e conviver com eles sem maiores receios. Tanto porque, hoje, temos sobre os demais povos latinos a superioridade , pobre é verdade, de sermos a  maior massa de neolatinos nesse mundo. Mas não se impaciente, Senhor Ministro; qualquer dia, prometo eu, nós seremos uma nova Roma ou, melhor, uma nova França. Um centro novo de criatividade cultural da latinidade, de uma latinidade vestida de carnes índias e negras,  de uma latinidade mestiça, que há de  florescer como uma civilização alegre e bela. Sobre estas bases, teremos o convívio ainda mais gratificante nos próximos quinhentos anos o que será devidamente comemorado nesta Casa França-Brasil.

NAVEGAR É PRECISO – PAISAGENS FLUMINENSES

Postado por CFB em 12/Maio/2023 -

A exposição “Navegar é Preciso – paisagens fluminenses” irá ocupar as salas do histórico prédio da Casa França-Brasil, no coração do centro da cidade do Rio de Janeiro de 20 de maio a 9 de julho de 2023.

Antonio Parreiras – Sertanejos – 1916 
foto Jaime Acioli

Com o patrocínio da Petrobras e curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto, a mostra reúne mais de 70 obras de 35 artistas que nasceram em cidades do Estado do Rio de Janeiro, ou que tenham escolhido essas cidades como ambiente para o desenvolvimento de suas pesquisas. A proposta da exposição é traçar um amplo panorama da riqueza cultural desse estado para além da capital.  O título escolhido faz citação à frase que remete aos últimos anos do Império Romano, no século I a.c.  e que foi imortalizada no imaginário coletivo pelo poeta português Fernando Pessoa para propor um olhar amplo para importância do Estado do Rio de Janeiro como centro de produção artística e cultural no Brasil. “Por ser capital do Império e da República durante muitos anos, o Rio sempre recebeu pessoas de diversos lugares do mundo, com diferentes vontades, comportamentos, culturas e histórias. Todas essas influências, construíram uma espécie de cosmopolitismo carioca que se ramificou por todo o estado, gerando fluxos culturais de grande importância” aponta o curador Rafael Fortes Peixoto.

“Mares e rios, serras e planícies, são várias as paisagens fluminenses que formam o principal cenário na história da arte brasileira. “Navegar é preciso” apresenta um conjunto de importantes artistas nascidos ou residentes no interior que refletem a riqueza e a diversidade do nosso estado”
Marcus de Lontra Costa

Daniel  Lannes
Gozar e jogar a vida fora
2020

O eclético grupo reunido para a mostra comprova essa riqueza artística enfatizada pela curadoria. Além da produção recente de alguns artistas, a mostra também dedica uma atenção especial à história da paisagem do Rio de Janeiro, trazendo pinturas icônicas de Antonio Parreiras, Georg Grimm, Batista da Costa, Francisco Coculilo, Di Cavalcanti, Carlos Scliar e Newton Rezende, criando um contexto cronológico e estético para a exposição. Entre pinturas, esculturas, instalações e vídeos a exposição apresenta obras de: Abelardo Zaluar; Alvaro Seixas; Andréa Facchini; Bob Cardim; Chico Tabibuia, Cipriano, Daniel Lannes; Deneir; Edmilson Nunes; Francisco Coculilo, Gonçalo Ivo; Jarbas Lopes, João Carlos Galvão, Jarbas Lopes, Jorge Duarte; Lúcia Laguna; Luiz Aquila; Luiz Badia; Marcos Cardoso; Nelson Felix; Osvaldo Carvalho; Paiva Brasil; Pedro Varela, Rafael Alonso; Rafael Vicente; Raimundo Rodriguez; Raquel Saliba; Robson Macedo; Rodrigo Pedrosa; Wilson Piran.

Serviço:

NAVEGAR É PRECISO – paisagens fluminenses

Curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto

Casa França-Brasil

Artistas: Abelardo Zaluar, Alvaro Seixas, Andréa Facchini, Antonio Parreiras, Batista da Costa, Bob Cardim, Carlos Scliar, Chico Tabibuia, Cipriano, Daniel Lannes, Deneir, Di Cavalcanti, Edmilson Nunes, Francisco Coculilo, Georg Grimm, Gonçalo Ivo, Jarbas Lopes, João Carlos Galvão, Jorge Duarte, Lúcia Laguna, Luiz Aquila, Luiz Badia, Marcos Cardoso, Nelson Felix, Newton Rezende, Osvaldo Carvalho, Paiva Brasil, Pedro Varela, Rafael Alonso, Rafael Vicente, Raimundo Rodriguez, Raquel Saliba, Robson Macedo, Rodrigo Pedrosa e Wilson Piran 

Abertura: sábado, 20 de maio de 2023 – 16 horas 

Exposição de 20 de maio a 9 de julho de 2023

Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro. 

De Terça a Domingo, das 10h às 17h 

Horário de Atendimento Exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental:

Todas Quartas-Feiras de 10h às 11h


Lugar Geométrico de Raul Mourão

Postado por CFB em 05/Maio/2023 -

A exposição LUGAR GEOMÉTRICO, individual do artista carioca Raul Mourão, irá ocupar os espaços expositivos da Casa França-Brasil entre 18 de março e 16 de abril de 2023. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto, a mostra reúne trabalhos em diferentes escalas que exploram as relações com a arquitetura histórica do prédio a partir das dicotomias entre dentro e fora, cheio e vazio, público e íntimo, instável e estável.

O título da exposição, LUGAR GEOMÉTRICO, inspira-se em um conceito da geometria analítica para propor reflexões sobre as questões de pertencimento que atravessam a arte contemporânea, tomando as formas e linhas como ponto de partida. Para isso, a exposição traz trabalhos que exploram o movimento pendular em esculturas de ferro da série Rebel, com destaque para duas obras em grande escala criadas por Raul em 2020 que irão ocupar o átrio central da Casa França.

A exposição ocupou a Casa França Brasil do dia 18 de abril ao dia 30 de março e trouxe mais de 13 mil visitantes à Casa.