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Arquivo de novembro 25America/Sao_Paulo 2019

O samba toma conta da Casa França-Brasil

Postado por CFB em 25/nov/2019 -

A Casa-França Brasil, instalada no prédio histórico que vai completar 200 anos em 2020, realizou, este sábado, o 3º Encontro Nacional do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira, em clima pré-carnavalesco. Prestigiado por personalidades do mundo do samba deste importante segmento do Carnaval, o encontro foi na realidade uma grande reunião entre sambistas, mestres-salas e porta-bandeiras, tendo sido prestigiado por estudiosos e pesquisadores do Carnaval, além do grande número de pessoas que lotaram o grande salão do prédio histórico, no centro do Rio.

Foto: Glauber Carvalho

À frente da grande festa, estava a porta-bandeira Selminha Sorriso, tendo ao famoso parceiro, o mestre-sala Claudinho da Beija-Flor de Nilópolis. Nessa prestigiada função artística, Claudinho e Selminha já estão juntos há 27 anos.

Com apresentação de Milton Cunha, um dos maiores entusiastas dessa grande manifestação da cultura popular brasileira, o objetivo do evento era celebrar o Dia Nacional da Porta-Bandeira e do Mestre-Sala, comemorado em 24 de novembro. Em seu terceiro ano de realização, teve o apoio institucional do governador Wilson Witzel, através da coordenação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Marcado para começar às 10 horas da manhã, o clima festivo tomou conta do local muito antes desse horário. Abrindo espaço entre a multidão de curiosos, destacavam-se os grupos de porta-bandeiras, no total de mais de trinta representantes das escolas, que traziam seus gloriosos estandartes. Afinal, o denominado pavilhão é reverenciado como uma representação sagrada de uma escola de samba. Pouca gente sabe que é expressamente proibido tocar nas bandeiras.

O Encontro Nacional dos Mestre-Sala e da Porta-Bandeira é uma data festiva muito importante do Carnaval carioca, pela oportunidade de se debater questões que envolvem a categoria desses profissionais, que são considerados protetores de nossas tradições culturais, apesar de toda a inovação que está hoje agremiada ao desfiles das escolas de samba.

Foto: Glauber Carvalho

Dessa forma, a abordagem temática dos cinco painéis montados para o grande debate do encontro versava sobre questões como “história e tradição”,”o respeito ao pavilhão”. “o relacionamento entre a comissão de frente e os apresentadores”, ” a tradição, renovação e os desafios do bailado” e “a indumentária”.

Esta parte do evento foi um momento muito importante para se compreender como é difícil e desafiante montar um desfile de escola de samba. Entre os debatedores, alguns profissionais são considerados “mestres ” da cultura popular, como Haroldo Costa, Rosa Magalhães, Maria Augusta Rodrigues, Carlinhos de Jesus. Também marcaram presença na mesa de debates na Casa França-Brasil os carnavalesco Leandro Vieira e Fernando Magalhães, além de alguns estudiosos do assunto, como Fabio Fabato, a professora Helena Theodoro, o jornalista Aloy Jupiara, entre muitos outras estrelas da folia, como as porta-bandeiras Squel, da Mangueira, e Lucinha, da Portela, além das divinas e maravilhosas figuras femininas da Associação da Velha Guarda, e os presidentes da Liesa, Rodrigo Pacheco, e da Lierj, Jorge Castanheira.

Este ano, o homenageado do evento foi o mestre Manoel Dionísio, estrela dos carnavais de antigamente, mas em plena forma. Ao final, todo mundo caiu no samba, ao som da bateria da Beija-Flor, que animou o boulevard, situado atrás da Casa França-Brasil, e só parou porque as pessoas se lembraram que era hora de voltar para casa para assistir ao final da Taça dos Libertadores. Afinal, carnaval e samba são as duas faces da mesma moeda.

Casa França-Brasil comemora o “Dia Nacional do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira”

Postado por CFB em 22/nov/2019 -

A Casa França-Brasil pede passagem. E abre as portas do imponente solar histórico para celebrar o Dia do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira, comemorado em 24 de novembro. 

À frente da grande festa, que vai reunir personalidades do mundo do samba e deste importante segmento das escolas de samba, além de estudiosos e realizadores do Carnaval, estará a estrela de ponta dessa constelação, a porta-bandeira Selminha Sorriso, figura de proa do carnaval carioca, devidamente acompanhada de seu famoso parceiro, o mestre-sala Claudinho, da Beija-Flor de Nilópolis.,

O evento, que será uma prévia da celebração dos 200 anos da Casa França-Brasil, a ser comemorado em 13 de maio de 2020, tem apoio institucional do governador Wilson Witzel, através da coordenação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Em seu terceiro ano de realizações, levará para a Casa França-Brasil toda aquela parafernália de instrumentos do carnaval, além, é claro, os sambistas e as pessoas que encontram na música e na dança uma das alegrias da vida, aqui na cidade maravilhosa.

O evento é organizado por Selminha Sorriso, que no último Carnaval completou 30 anos de apresentações como porta-bandeira e que pretende brilhar por muito tempo.

“Peço a Deus que me conceda mais 30 anos como porta-bandeira. Enquanto Deus me der saúde e vida, seguirei na minha Beija-Flor”, afirma a polivalente Selminha, uma mulher de muitos talentos profissionais (é integrante do Corpo de Bombeiros, advogada e agora faz curso de pós graduação, na UERJ, em Inovação na Gestão Pública) que também e responsável pela obra social da Beija-Flor, mantendo um olhar especial para a gurizada da Escola Mirim Beija-flor do Amanhã, sediada em Nilopolis.

“Estou me sentindo muito honrada em fazer, na histórica e belíssima Casa França-Brasil, a celebração desta data festiva do carnaval carioca, que inclui o “Encontro Nacional de Mestre Sala e Porta-Bandeira”, e está acontecendo pela terceira vez.

Vamos homenagear personalidades de destaque e contaremos com a presença de sambistas de outros estados”, pontua Selminha Sorriso, informando que até agora já está confirmada a presença de Adriana, da Escola Mancha Verde, de São Paulo.

Para além da programação, o evento na Casa França-Brasil, marcado para este sábado (23/11), no horário das 10:00 às 15:00, na realidade, será uma grande reunião entre amigos.

“Como já vem acontecendo nos anos anteriores, os integrantes de quase todas as 40 escolas do Rio de Janeiro já confirmaram presença. Vamos ter a participação especial da Escola de Samba Mirim da Beija-Flor” afirma Selminha, ressaltando a importância social do samba:

 “O Carnaval modificou a vida de muitas pessoas, inclusive a minha. O samba tira crianças das ruas, dá educação, cuida dos idosos. Samba é empregabilidade. Nós também geramos emprego, fazemos a nossa parte. Sou muito grata ao samba, à arte da porta-bandeira. Tudo o que eu fizer é pouco perto do que já recebi e ainda recebo”, diz Selminha.

“A adesão está muito grande este ano e, desta vez, temos o apoio do governo estadual. É um evento sem fins lucrativos e totalmente voltado para a cultura popular.

O Dia Nacional do Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira é tão importante, e muita gente não conhece a data.

É preciso homenagear esses integrantes, que geralmente são pessoas simples, humildes, que se dedicam, defendem 40 pontos da escola, representam o pavilhão da agremiação e não têm medo da responsabilidade.

“A porta-bandeira conduz e o mestre-sala protege o pavilhão”, explica, citando as regras da tradição do samba.

O evento será um “esquenta” para o Dia Nacional do Samba, que é comemorado em 2 de dezembro.

“Compasso de Espera”, de Antunes Filho, estréia de na Casa França-Brasil

Postado por CFB em 11/nov/2019 -

O filme solo de Antunes Filho “Compasso de Espera”, um cult do cinema e ainda inédito no circuito comercial, será exibido na terça-feira (12/11), às 16h, na Sala Rio 40º da Casa França-Brasil, dentro do projeto Cineclube Rio de Telas. Protagonizado por Zózimo Bulbul e Renée de Vielmont, o longa metragem tem ainda no elenco os atores Antônio Pitanga, Léa Garcia e Élida Palmer. 

Considerado pela crítica especializada um dos principais realizadores do Teatro brasileiro, Antunes Filho não só dirigiu, como também escreveu o roteiro e bancou a produção de “Compasso de Espera”, sua única realização no cinema. Rodado em 1970, e liberado em 1973 pela Censura, mas não em circuito comercial, o longa-metragem, filmado em preto e branco, faz uma longa incursão no preconceituoso mundo do racismo em nosso país. 

– Cinema é feito do olho para o coração, não precisa de um cavalo de Tróia para acontecer. É muito simples – conceituava o famoso diretor brasileiro, que morreu em São Paulo, este ano, em 2 de maio, aos 89 anos. 

UMA HISTÓRIA DE AMOR REALISTA

Em “Compasso de Espera”, o ator Zózimo Bulbul é Jorge, um poeta negro que se apaixona por uma jovem estudante loira (Reneé de Vielmond) e tem uma amante empresária também branca (Élida Palmas). 

– Ou seja, era o primeiro galã negro do cinema – destacou Bulbul, que foi cineasta (“Abolição”, melhor documentário do Festival Latino-Americano de Nova York, em 1990) e militante do movimento negro no Rio.

O personagem sofre patrulhamento da família, por abandonar as raízes humildes, e da sociedade, pelo romance com uma mulher branca. É emblemática a sequência da praia, a preferida de Antunes, na qual um grupo de pescadores chama a polícia e parte para cima do poeta e da estudante.

– Eles foram namorar na praia justamente porque os hotéis barravam o casal – afirmou o ator, que projetou em cena situações que viveu na própria pele. Após reviravoltas, a moça abandona Jorge e viaja para a Europa. Ele, que antes se opôs aos amigos e familiares, agora padece de solidão e perde o prumo nas relações com a sociedade que o oprime.  

A FORÇA DO CINECLUBISMO

O projeto cinematográfico Cineclube Rio das Telas foi desenvolvido na Secretaria de Cultura e Economia Criativa, através da Superintendência de Audiosivual, com o objetivo de expandir suas ações no âmbito do cineclubismo, por meio das sessões programadas na Casa França-Brasil, onde funciona o espaço montado especialmente para a exibição de filmes e vídeos, a Sala Rio 40°.

Este espaço dentro da Casa França-Brasil foi criado em homenagem a uma fase estrutural da produção cinematográfica brasileira, o chamado Cinema Novo, e batizado com o título do filme do cineasta Nelson Pereira dos Santos, também como forma de celebração ao grande mestre das telas.

Através da parceria firmada com diretores e produtores do audiovisual e com as escolas e cursos de cinema, incluindo a Escola Darcy Ribeiro, é exatamente na sala Rio 40°que os realizadores do projeto vão fazer a exibição de filmes.

Haverá debates após as projeções, como contrapartida natural pela difusão da cultura do audiovisual, de forma a incentivar paralelamente a formação de público e a experiência estética do cinema. 

Os filmes serão apresentados sempre às terças-feiras, no horário das 16h, com exibição gratuita. A cinematografia de novembro foi escolhida sob a ótica do cinema e o protagonismo. 

Dia 12/11 – “Compasso de Espera”
Diretor: Antunes Filho
Classificação: 10 anos
Duração: 1h38m

Dia 19/11 – “Deixa na Régua”
Diretor: Emílio Domingos
Classificação: 14 anos
Duração: 1h13m

Dia 26/11 – “Janela da Alma”
Diretores: Walter Carvalho, João Jardim
Classificação: livre
Duração: 1h13m